Economia & Mercado

Aumento do preço dos combustíveis gera revolta em motoristas por aplicativo em Salvador

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Especialista explica o que ocasiona aumento e alerta pra próximos possíveis reajustes  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 26/10/2021, às 20h00   Catarina Alcantara


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Na manhã desta terça-feira (26), os ajustes dos combustíveis já começaram a surtir efeito nos bolsos e na rotina de diversos brasileiros. Com os novos valores anunciados nesta última segunda-feira (25)  o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras acumula alta de 74% já o diesel subiu 65% desde o início do ano. O litro da gasolina agora é vendido pelas refinarias com um preço médio de R$ 3,19, contra os R$ 1,83 vigentes na virada do ano. O diesel terá um preço médio de R$ 3,34 por litro. Na virada do ano, eram R$ 2,02, impactando assim no valor do produto final que vai diretamente para os tanques de combustível da capital e do país inteiro.

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Tudo isso ocorre por conta da evolução das cotações internacionais do petróleo e a desvalorização do real frente ao dólar. Um dos principais prejudicados pelo novo reajuste são os motoristas de aplicativo.Segundo Manoel da Silva Linhares, de 29 anos, e motorista de aplicativo há pelo menos 3 anos, é uma cadeia que acaba atingindo até o passageiro, ele também culpa os grandes empresários e donos de postos de gasolina, “Sinceramente, motorista de aplicativo não está mais rodando com carro a gasolina, é surreal, é inviável. A não ser que o veículo seja do motorista mesmo, aí menos mal, mas ainda assim é ruim. Além de tudo, ainda temos que escolher as corridas por conta do gasto, é grande e prejudica até os clientes. Por isso as corridas têm demorado tanto, ficamos mais tempo na rua e ganhamos muito menos", relata. 

Já Roberto Dias Junior, 34, relata que outros combustiveis, além dos que realmente participam do reajuste, também estão aumentando e assim dificultando a vida dos que sobrevivem com essa profissão:"Até o gás natural aumenta por tabela, aumentou tudo. Tá dificil, eu só rodo Uber porque favorece mais a gente, mas a minha taxa de aceitação baixou 50%, fica tocando, mas a gente não pega. Só tô aqui porque não tenho outra coisa pra fazer, eu tenho até medo dos aumentos até o fim do ano. É pedir a Deus e seguir", lamenta.

Em entrevista ao site BNews, Radiosvaldo Costa, diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (SINDIPETRO), informou que o órgão já vinha alertando a sociedade sobre esses reajustes e que além dos fatores citados acima existe mais um de extrema importância: "Com a redução da capacidade de processamento das refinarias, o mercado interno não é bem atendido pela produção, dependendo de importação de derivados, e o aumento favorece a manutenção do preço a patamar internacional. A Petrobras continuará realinhando os preços, o que é um completo abusrdo pois nós produzimos o nosso petróleo, custo de extração baixo e não tem sentido vender para a população desse valor. Quem tá pagando esse lucro é a população, ou muda a política de preço ou os preços continuarão subindo", avisa. 

Em nota, o Sindicombustíveis da Bahia por sua vez informou que não interfere no mercado e respeita a livre concorrência: "o mercado é livre e competitivo, cabendo a cada posto revendedor decidir se irá repassar ou não ao consumidor os reajustes da Petrobras".

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