Economia & Mercado

Guedes diz que alta dos juros não impedirá crescimento em 2022

Washington Costa/ASCOM ME
Bnews - Divulgação Washington Costa/ASCOM ME

Publicado em 14/11/2021, às 16h07   Folhapress


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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste domingo (14) em Dubai que o ciclo de altas na taxa de juros pelo Banco Central não vai impedir o Brasil de crescer no ano que vem.

"O crescimento da economia brasileira [para 2022] já está contratado. Os juros vão subir um pouco para combater a inflação, mas o crescimento está contratado. Não apostem contra a economia brasileira que vai dar errado", afirmou Guedes, durante conversa com jornalistas na abertura da Dubai Air Show, feira do setor aéreo realizada no emirado do Golfo Pérsico.

Segundo Guedes, é quase impossível o país não crescer no ano que vem, contrariando previsões da maioria dos economistas de que o PIB ficará estagnado, ou até se contrairá em 2022.

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Caixa confirma que Auxílio Brasil começa a ser pago no dia 17 e valor é inferior a R$ 400"O Brasil surpreendeu, tem surpreendido. Caímos menos, voltamos mais rápido, criamos mais emprego e estamos crescendo mais do que as economias avançadas. Mais uma vez as previsões vão ser equivocadas", declarou.

A alta da inflação, que já se aproxima de dois dígitos, levou o BC a iniciar um acelerado processo de elevação da taxa de juros, que chegou a 7,75%, com previsões de que atinja mais de 9% em breve.

Já o crescimento tem sido revisado para baixo toda semana pelo boletim Focus. A última estimativa é de alta de 1% para 2022, mas algumas consultorias e bancos já preveem recessão.

Segundo Guedes, o crescimento do Brasil já está garantido por uma previsão de investimentos que beira os R$ 700 bilhões nos próximos meses.

"O Brasil já tem contratados R$ 544 bilhões de investimentos. E com o 5G, são mais R$ 150 bilhões. Acho muito difícil o Brasil não crescer ano que vem", declarou.

Ele disse que um dos motivos da sua viagem a Dubai foi buscar "petrodólares", que ajudarão a financiar investimentos no Brasil. Segundo ele, esse ciclo é diferente do ocorrido nos anos 1970, quando dinheiro dos países ricos em petróleo financiou grandes projetos de infraestrutura brasileira com base em endividamento público.

Guedes voltou a defender a aprovação da PEC dos Precatórios, afirmando que ela é necessária para ajudar no cumprimento do teto de gastos.

"O Poder Legislativo nos deu um teto para cumprir, e o Judiciário nos deu uma ordem de gastar R$ 90 bilhões que não cabiam no Orçamento. A ideia da emenda dos precatórios é que precisamos ordenar o pagamento. Agora há uma previsibilidade de gastos".

Segundo ele, a PEC "foi um esforço para cumprir um teto, não foi pra romper o teto".

Ele afirmou que uma alternativa para quem tem precatórios para receber é usá-los como moeda para participar de projetos de privatização.

"Pode participar das privatizações da Eletrobras, dos Correios, dos leilões de aeroportos, do porto de Santos. Ou quem tem precatório para receber e está devendo ao governo, façam um encontro de contas", afirmou.

Guedes afirmou ainda que o governo está fazendo reformas liberais, apesar da crítica de timidez na abertura da economia. Ele citou como exemplos a reforma da Previdência, a independência do Banco Central e a criação de marcos legais para o saneamento e o gás.

O ministro disse que o avanço das reformas é fundamental para que os liberais continuem apoiando o presidente Jair Bolsonaro em um segundo mandato.

"É um governo de centro direita, uma aliança de liberais na economia e conservadores nos costumes. Os liberais, para continuar nos apoiando, e termos a reeleição do presidente, esse centro democrático quer as reformas".

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