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Americanas pede recuperação judicial em caráter de urgência; saiba detalhes

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O pedido foi festo nesta quinta (19); A empresa teve um rombo de 40 bilhões divulgado na mídia recentemente, fazendo com que a varejista entrasse em batalha judicial com seus credores  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 19/01/2023, às 14h35   José Ivan Neto


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A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O pedido foi feito em caráter de urgência após um rombo de 40 bilhões ter sido descoberto na varejista, além de terem perdido uma batalha judicial contra a o banco BTG, tendo 1,2 bilhão bloqueados pela Justiça. 


No início desta manhã, a empresa já havia alertado que, por conta do tombo no caixa, reduzido a R$ 800 milhões, poderia pedir recuperação judicial dentro dias ou mesmo horas.


A partir da divulgação de inconsistências econômicas, a varejista vinha tentando negociar um acordo com os credores que pudesse evitar o pedido de proteção. Na última sexta-feira (13), a companhia obteve uma medida cautelar protegendo a empresa contra a cobrança de dívidas antecipadas por seus credores em um período de 30 dias.


A medida, contudo, retroagiu ao dia 11, quando o problema financeiro foi anunciado. E isso disparou uma grande disputa entre a Americanas e seus credores financeiros. BTG Pactual, Banco Votorantim, Bank of America, Goldman Sachs entraram na Justiça contra a decisão, seguidos de Bradesco e Itaú.

Pedidos

Na petição, a Americanas informou que, por conta da queda no valor das ações, de 80% após a divulgação do rombo, e o rebaixamento de seus ratings por agências de classificação de risco,  os credores ficaram "em polvorosa".

Os bancos, então, se recusaram a celebrar operações de adiantamento de recebíveis de cartões de crédito, que são operações usadas para antecipar pagamentos, o que poderia gerar um caixa adicional superior a R$ 3 bilhões. 

Sobre a BTG Pactual, que obteve vitória na Justiça derrubando a exigência de devolver valores de dívidas liquidadas à Americanas, a empresa afirmou que "a situação de caixa da companhia, que já era sensível, foi drasticamente afetada".

Devido ao "bloqueio indevido de quase R$ 1,5 bilhão em uma situação periclitante como a atual faz com que a manutenção dos negócios do Grupo Americanas seja impossível sem a proteção da recuperação judicial". Deste total, R$ 1,2 bilhão estão em posse do BTG.

A Americanas frisa que "caso não seja deferido" o pedido, haverá um "absoluto aniquilamento do fluxo de caixa". Isso afeta diretamente o cumprimento de obrigações indispensáveis da varejista, como o pagamento de funcionários e fornecedores.

Quando pediu a cautelar à Justiça no dia 13, a empresa relatou que tinha R$ 8 bilhões em caixa, reforçando que, se os credores pudessem executar dívidas antecipadamente, isso inviabilizaria a continuidade das operações.

O efeito 

Parte dos fornecedores da empresa, de acordo com o jornal EXTRA, decidiu suspender a entrega de mercadorias à Americanas, ou apenas fazer remessas de produtos mediante pagamento à vista. Ainda segundo o jornal, fornecedores relatam que pagamentos foram suspensos.

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