Economia & Mercado

Banco Central mantém taxa básica de juros e alerta sobre cenário fiscal

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Essa é a quarta vez consecutiva em que o comitê se reúne e fixa taxa básica da Selic nesse patamar em 13, 75%, em vigor desde agosto  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Publicado em 07/12/2022, às 18h53   Cadastrado por Lorena Abreu


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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (7) manter a taxa básicos de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano. A cada 45 dias, o Copom define a taxa básica de juros da economia. Essa é a quarta vez consecutiva em que o comitê se reúne e fixa a Selic nesse patamar, em vigor desde agosto.

Por conta da alta da inflação, o BC subiu os juros entre março de 2021 e agosto deste ano. Foram 12 elevações seguidas da taxa Selic, que avançou 11,75 pontos percentuais, configurando o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999, ou seja, em 23 anos, de acordo com informações de O Globo.

O ambiente de maior incerteza hoje em relação à última reunião do Copom se dá pelas discussões em torno da "PEC da Transição", aprovada em discussão no Congresso e que tem hoje um impacto de R$ 168 bilhões em despesas acima do teto de gastos (que trava as despesas federais). A PEC (Proposta de Emenda à Cosntituição) foi desenhada para abrir espaço no Orçamento de 2023 para programas como o Bolsa Família de R$ 600.

No comunicado, o Copom alerta para os riscos fiscais. Segundo o documento, entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se "a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos".

O Copom também alerta que a conjuntura, particularmente a incerta no âmbito fiscal, "requer serenidade na avaliação dos riscos".

"O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva", afirma.

No mercado, há dúvidas sobre quando o juro voltará a cair, por conta da PEC. Pelo boletim Focus, com projeções de mercado coletadas pelo BC, a expectativa de início da queda dos juros passou de junho para agosto do próximo ano. Isso vai depender também do comportamento da inflação.

Em novembro, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,95%, e, com esse resultado, acumula alta de 9,26% no ano e de 10,74% em 12 meses. A inflação acumulada em 12 meses é a maior desde novembro de 2003, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo mês de alta de inflação após 3 meses de deflação entre julho e setembro.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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