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Conheça o CEO que estava no comando das Americanas por duas décadas e “não viu” rombo da empresa

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Até o momento, depois da descoberta do rombo das Americanas, o antigo executivo não se manifestou  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 20/01/2023, às 20h37   Cadastrada por Letícia Rastelly


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Miguel Gutierrez atuou por 30 anos nas Lojas Americanas, sendo que como CEO passou duas décadas. A primeira função assumida pelo executivo, formado em engenharia mecânica pela UFRJ,  em 1993, foi na área financeira, migrando posteriormente para distribuição e logística, antes de assumir sua maior posição na empresa. Ele deixou o cargo em dezembro de 2022 para Sergio Rial assumir o posto e, em seguida, descobrir o rombo de R$ 20 bilhões.

O site NeoFeed entrevistou diversas pessoas que trabalharam com Gutierrez para conhecer um pouco mais sobre o profissional. Pelos depoimentos, se tratava de uma pessoa “extremamente disciplinada”, dono de um estilo de gestão “rude” que, às vezes, se tornavam gritos e xingamentos.

“Ele era muito objetivo e altamente disciplinado”, diz uma fonte que trabalhou diretamente com Gutierrez. “Era o melhor gestor dentro daquilo que você considera uma boa gestão baseada em dados, fatos e estatísticas. Nesse sentido, era um expoente”, disse um entrevistado.

O executivo raramente concedia entrevistas, dificilmente aparecia em público e não tem perfil em redes sociais, sendo desconhecido até por outros executivos do mercado. Uma possível justificava era o fato de que seu trabalho era essencialmente para o público interno.

Nas poucas aparições, ele costuma ser rápido e objetivo. Na última apresentação dos resultados trimestrais falou por cerca de cinco minutos e trinta segundos, sempre de olho no texto. Segundo o NeoFeed, ele destacou as métricas que foram cumpridas pela direção, a importância do follow on para aquisições e para a entrada em novas verticais de negócios, além da colocação de “dois bonds no mercado externo de US$ 1 bilhão que nos permitiu alongar muito o perfil da nossa dívida”.

O motivo para ter ficado tanto tempo a frente da empresa estaria ligado a confiança que Beto Sucupira, um dos sócios-proprietários das Americanas, tinha nele. Além disso, segundo o site, Gutierrez foi um funcionário acima da média.

De acordo com esse executivo, Gutierrez foi responsável por introduzir toda a distribuição e logística da Americanas nos anos 1990. E esse trabalho o levou para o cargo de CEO. “Ele tinha disciplina e a capacidade de bater metas”, diz, referindo-se a algo que era parte da cultura de meritocracia de Lemann, Sicupira e Telles, que hoje são acionistas de referência da Americanas, com aproximadamente 30% do capital da varejista.

Entre os depoimentos, aqueles que atuaram com Gutierrez destacam o estilo de liderança. “Era uma gestão dura, mas técnica e eficiente, e eu me adaptei bem a este estilo”, “Quando não cumpria prazos e metas, eu explicava as razões e ficava tudo bem”, “Se ele marcasse uma reunião às duas horas, era bom estar na sala às duas horas”, disseram.

Até o momento, depois da descoberta do rombo, o antigo executivo não se manifestou. De acordo com Lauro Jardim, do jornal O Globo, ele teria ido morar na Espanha.

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