Economia & Mercado

Especialista explica resultado do PIB no 3º trimestre e destaque do setor de serviços; confira detalhes

Divulgação // Marcello Casal Jr. // Ag. Brasil
Após alta de 0,1%, CNC revisa de +2,8% para +3,0% expectativa para o PIB de 2023  |   Bnews - Divulgação Divulgação // Marcello Casal Jr. // Ag. Brasil
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 06/12/2023, às 16h04


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Com base nos dados do terceiro trimestre, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou a projeção de crescimento de +2,8% para +3,0% no PIB, em 2023, o que demonstra estabilidade para o cenário econômico do País. 
Especialistas apontam que o resultado do PIB no referido período poderia ter sido negativo, mas foi alavancado pelo consumo das famílias, que avançou 3,5% ante o ano passado, e pelo setor de serviços, que cresceu +3,2%.

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Segundo o presidente da Confederação, José Roberto Tadros, o consumo familiar é o principal responsável pelo avanço do PIB pela ótica da demanda no terceiro trimestre (+1,1%). “A crescente massa real de rendimentos do trabalho, juntamente com o início da flexibilização da política monetária, estimulou os gastos dos consumidores finais. Essa foi a maior variação desse agregado das contas nacionais trimestrais", explicou Tadros.

Os avanços mais expressivos do comércio e dos serviços nos últimos meses são justificados pela desaceleração dos índices gerais de preços. O economista da CNC e responsável pela análise, Fabio Bentes, avalia que “observou-se que os preços médios no comércio (+2,0%) e no setor de serviços (+5,5%) apresentaram variações significativamente inferiores em comparação ao mesmo período do ano passado, que registrou +10,1% e +8,5%, respectivamente. Sob a ótica da oferta, destaca-se o setor de serviços (+2,4%). Para 2024, a CNC projeta um avanço mais modesto (+1,8% em relação a 2023), por conta da base comparativa mais alta”.

Sócio da ACT Investimentos, o assessor comercial Felipe Gomes explicou ao BNews Economia & Mercado que o resultado é reflexo da economia aquecida: “O PIB do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2023. A alta reflete uma economia que segue aquecida, mas vai perdendo força quando comparada com a safra agrícola do primeiro semestre, que foi uma das grandes responsáveis pela performance do período, e dos juros ainda altos que tendem a frear o ritmo econômico”.

Gomes ressalta que o resultado do terceiro trimestre “veio um pouco acima das expectativas da maior parte dos analistas de mercado”. Segundo o especialista, a expectativa era de uma retardação de 0,2%. Felipe Gomes destacou a força do setor de serviços para o bom resultado do PIB.

“Olhando para o lado da produção, enquanto os setores industrial e de serviços registraram crescimento no período, o setor agropecuário contraiu entre o segundo e o terceiro trimestres do ano. Protagonizando o destaque de alta, o setor de serviços registrou alta de 0,6%”, salientou o sócio da ACT Investimentos.

Serviços imobiliários e financeiros foram destaques positivos, além dos serviços prestados às famílias – que incluem restaurantes e cabelereiros. “Já os serviços de transporte, que foram impactados positivamente pela safra do início do ano, acabaram registrando queda, em linha com o fim do boom no setor”, destacou.

Questionado sobre quais motivos explicariam o impulsionamento do setor, Felipe Gomes justificou: “o setor de serviços reorienta 70% da composição do PIB por meio de serviços que vão desde transporte até borracheiros, cinemas, bares, eventos e bancos – sendo também o setor que mais emprega no país. Assim, a performance do setor tem bastante impacto sobre a economia do país como um todo”.

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