Economia & Mercado

Especialista explica prós e contras de provável queda de 0,5% na taxa básica de juros no Brasil

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João Victor Moreira Magalhães, Assessor de Investimentos da ACT Investimentos, falou ao BNews sobre possível queda de 0,5% na taxa básica de juros  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 19/09/2023, às 13h34


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A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central formado pelo seu Presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros, será nesta terça e quarta-feiras (19 e 20 de setembro). No final do segundo dia de reunião, o comitê vai divulgar o novo valor da taxa Selic, que atualmente está em 13,25%.

Em recente entrevista ao BNews Economia & Mercado, o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, afirmou que o mercado trabalha com a perspectiva de manutenção de cortes de 0,5% nas próximas reuniões. Caso isso se confirme, algumas implicações práticas são esperadas, porém antes dos pormenores é importante entender o papel da Selic e da taxa de juros na economia.

João Victor Moreira Magalhães, Assessor de Investimentos e mentor do braço educacional da ACT Investimentos, explicou o assunto em entrevista ao BNews: “A SELIC, que representa o custo do dinheiro ao longo do tempo, desempenha um papel crucial no Brasil. Quando a taxa de juros está alta, como é o caso atual, isso indica que o Banco Central está buscando conter o crescimento econômico e retirar dinheiro de circulação. Isso desencoraja investimentos e empreendimentos, pois as pessoas preferem manter seu capital aplicado em investimentos de maior rentabilidade. Essa medida visa, em grande parte, controlar a inflação, que é o aumento generalizado de preços na economia. Portanto, a SELIC orienta as aplicações financeiras, as linhas de crédito e serve como principal ferramenta de controle da inflação”.

.João Victor Moreira Magalhães, assessor de investimentos da ACT Investimentos

A economia global passou por tempos difíceis num passado recente. Os três últimos anos foram de desafios sem precedentes em decorrência da pandemia do coronavírus e suas consequências. Com isso, os bancos centrais em todo o mundo tiveram que intervir para estimular a economia.

“Isso foi feito reduzindo as taxas de juros, tornando o crédito mais acessível e incentivando o investimento e o empreendedorismo. No entanto, essa injeção de dinheiro na economia global resultou em inflação em muitos países. O Brasil agiu de forma proativa, iniciando um ciclo de aumento de juros cerca de um ano e meio atrás para conter a inflação, enquanto outros países agora estão seguindo esse caminho”, destacou João Victor.

Portanto, completa, o impacto de uma redução de 0,5% na Selic, levando a taxa para 12,75% caso se confirme a previsão, deve ser analisado considerando o contexto atual e suas particularidades. Para o especialista da ACT Investimentos, o Banco Central, o reduzir a taxa de juros, busca deixa claro que “a economia precisa de estímulo”.

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O assessor de investimentos explicou como a redução da taxa básica de juros pode fomentar a economia: “Com o custo de capital alto, as empresas enfrentam dificuldades para se endividar, o que não é saudável a longo prazo. Embora as aplicações financeiras possam ser atrativas, uma economia vibrante requer investimentos em setores produtivos. A redução das taxas de juros torna as linhas de crédito mais acessíveis, fomentando setores como varejo e construção civil, o que, por sua vez, estimula o crescimento econômico e a geração de empregos”.

Mas nem tudo são flores nesse jardim da economia, uma vez que uma política monetária expansionista, ou seja, caracterizada pela redução de juros, pode trazer efeitos indesejados a curto prazo. “O câmbio pode se desvalorizar em relação ao real, à medida que os investidores buscam retornos mais atrativos em outros países com taxas de juros mais altas. Isso, por sua vez, pode alimentar a inflação, especialmente considerando o cenário inflacionário global. Portanto, o Banco Central deve adotar uma abordagem cautelosa ao decidir sobre a redução das taxas de juros nesta semana”.

Para João Victor Moreira Magalhães, assessor de Investimentos e mentor do braço educacional da ACT Investimentos, as decisões de política monetária previstas no Brasil, nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão fazem dessa semana uma das mais importantes e cruciais para os mercados financeiros globais: “A redução da SELIC no Brasil faz parte desse contexto mais amplo, e é essencial monitorar de perto como essa medida afetará nossa economia, o câmbio e a inflação. É um momento de grande importância para os tomadores de decisão econômica e investidores”.

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