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Inadimplência sobe pelo segundo mês e atinge 31,3% das famílias de Salvador

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Inflação é o principal motivo do descontrole das finanças e inadimplência subsequente  |   Bnews - Divulgação Foto: Shutterstock

Publicado em 23/03/2022, às 11h54 - Atualizado às 11h55   Redação


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Em março, a PEIC – Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Fecomércio-BA, mostrou que 31,3% das famílias de Salvador possuem contas em atraso, maior percentual desde outubro do ano passado. Em termos absolutos, são 291,8 mil famílias que não pagaram a dívida até a data do vencimento, um aumento de 63 mil em relação a igual período do ano passado.

Outro dado que preocupa é a taxa de famílias que já dizem que não conseguirão pagar a dívida em atraso, de 10,9%, o nível mais alto desde dezembro de 2020. “São pouco mais de 100 mil famílias na capital baiana que estão nessa situação mais delicada”, salienta o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

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E o endividamento, por sua vez, subiu também pelo segundo mês seguido. Em março, a taxa foi de 69% ante os 68% de fevereiro. Há um ano, o percentual era de 60,2%. Atualmente, são 644 mil famílias com algum tipo de dívida, 84,4 mil a mais do que março de 2021.

“E não há dúvida de que a inflação é a grande vilã do orçamento das famílias. O IPCA, inflação oficial, na RMS, sobe 11,33% no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, taxa mais alta que a do Brasil (10,54%) e de capitais do Nordeste, como Recife (10,53%) e Fortaleza (10,25%)”, destaca o economista da Federação.

Desde o ano passado, a Fecomércio-BA vem alertando sobre o cenário que se concretizou, do descontrole da dívida. “Isso porque as famílias foram contraindo crédito, para manutenção do consumo diante da inflação elevada, porém sem a certeza de que teriam capacidade de arcar com o compromisso feito”, pontua Dietze.

A expectativa das famílias era de que a situação econômica melhorasse, com menos inflação e mais emprego. “O que se viu, no entanto, foi a chegada da ômicron e, agora, a guerra na Ucrânia, pressionando ainda mais os preços de alimentos e combustíveis, além de trazer um freio a mais para a retomada da economia”, justifica o economista.

Dietze reforça ainda que, “sem condições de pagar as dívidas e com renda limitada para o consumo diário, seria evidente este aumento da inadimplência e dos calotes temporários”.

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