Economia & Mercado

Mesmo com proposta do arcabouço fiscal, mercado prevê aumento da dívida pública para quase 92% do PIB em 2032

José Cruz/Agência Brasil
Dívida bruta do setor público terminou o ano de 2022 em cerca de 73,5% do PIB  |   Bnews - Divulgação José Cruz/Agência Brasil

Publicado em 02/06/2023, às 14h15   Cadastrado por Bernardo Rego



Os analistas do mercado financeiro projetam que a dívida bruta do setor público, uma das principais formas de comparação internacional quando se trata da capacidade de pagamento dos países, deve atingir 91,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2032.


A estimativa foi divulgada nesta sexta-feira (2) pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em uma reunião com conselheiros do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). As informações são do G1.

Os dados, que foram colhidos na semana passada pelo BC, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, mostram que os economistas projetam uma alta 18,3 pontos percentuais do PIB no endividamento brasileiro em dez anos.

De acordo com o BC, a dívida bruta somou 73,5% do PIB em dezembro de 2022, ou seja, no fim da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Esse foi o menor nível em cinco anos. Já em abril, o endividamento brasileiro atingiu 73,2% do PIB.

Arcabouço fiscal

A projeção do mercado financeiro de crescimento da dívida do Brasil até 2032 é estimada apesar da proposta de arcabouço fiscal, a nova regra para as contas públicas idealizada pelo governo federal, que vem para substituir o teto de gastos. A equipe econômica tem dito que o arcabouço fiscal visa acomodar os gastos sociais de forma perene, sem que haja descontrole da dívida pública brasileira.

Em linhas gerais, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva propõe, por meio do novo marco fiscal, que as contas públicas tenham uma meta de resultado primário. Nos próximos anos, a meta é buscar um superávit (com receitas maiores que despesas), antes do pagamento de juros da dívida.

O objetivo é zerar o déficit fiscal, estimado para este ano em R$ 136,2 bilhões em 2024, e retomar resultados positivos nas contas públicas em 2025 e 2026. Para isso, o Ministério da Fazenda se apoia, principalmente, na busca por receitas extraordinárias.

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