Economia & Mercado

Preço do trigo cai após várias oscilações na bolsa de Chicago

Ministério da Agricultura
A variação do trigo já era esperada pelos especialistas e deve se estender pelas próximas sessões  |   Bnews - Divulgação Ministério da Agricultura

Publicado em 09/03/2022, às 21h53   Redação


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Nesta terça-feira (08) os preços do trigo tiveram várias oscilações na bolsa de Chicago. De acordo com o site Valor, em um pregão em que passou a valer o novo limite estendido, de US$ 1,30 por bushel, dentro do qual os preços podem variar, houve uma intensa troca de posições. As negociações chegaram a ser paralisadas no meio da tarde, quando a queda atingiu a mínima permitida. Após a reabertura do pregão, o cereal chegou a subir mais de 3%, mas, ainda assim, terminou o dia em baixa. O contrato para maio, o mais ativo no momento, caiu 0,58% (7,50 centavos de dólar), a US$ 12,8650 o bushel, depois de alcançar, na véspera, um patamar recorde.

A variação registrada já era esperada pelos especialistas e deve se estender pelas próximas sessões. Um dos motivos para a continuidade das fortes oscilações é que muitos operadores estavam com posições vendidas no contrato para maio, mas não conseguiam liquidar esses papéis, que vinham constantemente travando no limite estendido anterior, de 75 centavos. Com a bolsa ampliando essa barreira, houve espaço para que o capital especulativo se reposicionasse, uma vez que o papel para maio passará a ocupar a primeira posição na próxima semana.

Entre o início da guerra entre russos e ucranianos e a sessão da última segunda-feira, o trigo havia acumulado valorização de cerca de 40% em Chicago. A elevação expressiva dos últimos dias deu-se após o conflito bloquear as exportações na região do Mar Negro e Mar de Azov. Rússia e Ucrânia respondem por quase 30% da comercialização do cereal no mundo.

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O analista Arlan Suderman, da StoneX, disse à Dow Jones Newswires que a queda do trigo no pregão de ontem foi resultado também de ajustes de posições que investidores fizeram para aguardar o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado hoje. A expectativa do mercado é que o órgão reduza suas projeções dos estoques americanos, mas ainda não mude os cálculos para Rússia e Ucrânia.

A mudança do quadro global do trigo tem reflexos também sobre a dinâmica das exportações brasileiras do cereal. Nos dois primeiros meses deste ano, o país exportou 1,62 milhão de toneladas trigo, volume mais de três vezes maior do que o do mesmo período de 2021, quando os embarques somaram 490,7 mil toneladas, segundo levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), feito com base na programação dos portos.

O volume das exportações do cereal em janeiro e fevereiro foi 46,3% superior às vendas externas de todo o ano passado, que somaram 1,11 milhão de toneladas. Os números chamam particular atenção porque o Brasil é um grande importador de trigo, que precisa recorrer ao mercado externo (especialmente a Argentina) para suprir sua demanda.

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