Saiba como a alta na taxa de juros dos EUA impacta no Brasil

Nesta quarta-feira (21), o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, aumentou as taxas de juros do país para uma faixa de 3% a 3,25% – uma alta de 0,75 ponto percentual. Este é a quinta vez que os juros são elevados.

Para entender melhor de que forma esse aumento impacta na vida dos brasileiros, o BNews conversou com o sócio do Ápice Investimentos, Tiago José Paiva. Ele explica que com o aumento da moeda americana, os produtos que dependem de insumos importados acabam encarecendo.

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"Nós podemos dividir o impacto do aumento da taxa de juros nos Estados Unidos sobre os brasileiros em duas partes: uma sobre a população em geral e outra sobre os brasileiros investidores. O primeiro impacto é o fortalecimento do dólar, que afeta diretamente a apreciação do real e de outras moedas emergentes. Com o aumento da moeda americana, os produtos que dependem de insumos importados - como por exemplos pão, gasolina e equipamentos eletrônicos - acabam encarecendo. Além disso, todas as empresas que possuem dívida em dólar também tendem a aumentar seus preços, já que com a valorização da moeda, o valor da dívida em reais também aumenta".

Paiva ressalta que para os investidores brasileiros, a alta é uma espécie de sinalização de perigo. "Para os investidores brasileiros, a alta da moeda americana é prejudicial pois retira a atratividade de títulos público de renda fixa de países emergentes como o Brasil. Vale citar também que o aumento da taxa de juros é uma sinalização de "perigo", o que reduz drasticamente o apetite a risco do investidor internacional. Com isso, dinheiro que acabou vindo para o nosso país pode ser levado de volta para os seus países de origem, afetando diretamente as cotações de empresas e fundos de investimentos", disse.

Ainda de acordo com o especialista, "é difícil quantificar o impacto específico desse aumento da taxa de juros americana". "Considerando que os Estados Unidos devem entrar em um ciclo de aumentos dos juros para combater a inflação que perdurará até meados de 2023, podemos esperar um ambiente econômico incerto em todo o mundo, especialmente em países emergentes como o Brasil".

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