Economia & Mercado
Nos últimos anos, a economia brasileira tem enfrentado desafios significativos, com a inflação corroendo o poder de compra dos cidadãos. Uma solução que tem ganhado destaque é o uso de criptomoedas como uma forma de proteção contra a desvalorização do real. Essa prática, já comum na Argentina, oferece um exemplo claro de como os brasileiros podem se beneficiar da adoção de moedas digitais, de acordo com especialistas.
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No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA acumulado nos últimos 12 meses até maio de 2024 foi de 3,93%. Em termos acumulados para 2024 até maio, a inflação foi de 2,27%, segundo levantamento do Banco Central do Brasil e Brasil Indicadores. Já na Argentina, a inflação mensal nos últimos seis meses foi significativamente elevada, com taxas mensais frequentemente acima dos 7% a 10% e um acumulado que ultrapassa os 200% nos últimos 12 meses.
A Argentina, que enfrenta uma das maiores taxas de inflação do mundo, há muito tempo recorreu às criptomoedas como um refúgio seguro para preservar o valor do dinheiro. Os argentinos utilizam amplamente o Bitcoin e a USDT, entre outras criptomoedas, para manter suas economias e transações financeiras protegidas das oscilações econômicas. Com o real em risco de seguir o mesmo caminho que o peso argentino, é crucial que o Brasil observe e aprenda com o exemplo do país vizinho. É o que explica Denise Cinelli, COO e country manager (gerente nacional) da CryptoMKT no Brasil.
Criptomoedas como proteção de patrimônio
“A inflação é uma preocupação constante no Brasil, afetando todos os setores da economia e, principalmente, o bolso dos brasileiros. O fato é que o poder de compra dos brasileiros vem diminuindo a cada ano e as criptomoedas, por sua natureza descentralizada e limitada, oferecem uma proteção contra a inflação, uma vez que sua emissão não é controlada por um governo central. O Bitcoin, por exemplo, tem um fornecimento máximo de 21 milhões de unidades, o que impede a criação desenfreada de novas moedas e a consequente desvalorização”, diz Cinelli.
Benefícios de criptoativos
Segundo a especialista, com a inflação corroendo o valor do real, as criptomoedas se mostram como uma alternativa viável para manter o poder de compra. Ao converter parte de suas economias em criptomoedas, os brasileiros podem se proteger contra a desvalorização do real e se beneficiar da valorização do dólar simultaneamente, investindo em criptomoedas como a USDT, por exemplo.
“A digitalização dos serviços financeiros tem crescido no Brasil, facilitando o acesso às criptomoedas. Corretoras de negociação como a CryptoMKT e carteiras digitais estão se tornando cada vez mais populares e acessíveis”, afirma Denise.
Além disso, salienta a executiva, as criptomoedas oferecem uma nova classe de ativos para os investidores, diversificando os portfólios e reduzindo a exposição ao risco de desvalorização de uma única moeda.
Aprendendo com a Argentina
“A experiência argentina com as criptomoedas pode servir de guia para o Brasil. Na Argentina, a população adotou amplamente as criptomoedas como uma forma de contornar as políticas econômicas desfavoráveis e preservar suas economias. Esta prática se mostrou eficaz na mitigação dos efeitos da inflação e na manutenção do poder de compra”, ressalta a COO e country manager (gerente nacional) da CryptoMKT no Brasil.
Segundo ela, "a Argentina nos mostra um caminho valioso para proteger nossas economias pessoais. As criptomoedas oferecem uma camada extra de segurança contra a inflação e a desvalorização da moeda. No Brasil, com a inflação persistente, é essencial considerarmos todas as ferramentas disponíveis para preservar nosso poder de compra."
Rota brasileira
Para Denise, com a inflação ameaçando continuamente a economia brasileira, a adoção de criptomoedas surge como uma solução prática e acessível para a preservação do valor do dinheiro. “Ao seguir o exemplo da Argentina, os brasileiros podem encontrar uma maneira de proteger suas economias e garantir maior estabilidade financeira em tempos de incerteza econômica. É hora de considerar as criptomoedas não apenas como um investimento, mas como uma estratégia de proteção financeira essencial”.
Cinelli reforça: "É fundamental que os brasileiros entendam o potencial das criptomoedas não apenas como um ativo especulativo, mas como uma forma de garantir a estabilidade financeira em tempos de incerteza econômica. O momento para aprender e adotar essa tecnologia é agora".
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