Economia & Mercado

Saiba qual é a importância do ecossistema no processo de inovação

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Especialista aborda desafios da inovação para as organizações  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 03/01/2024, às 06h00


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Inovar em meio a tantas possibilidades. Esse vem sendo o principal desafio de diversas organizações, que buscam se sobressair em meio a um cenário de extrema competitividade. No entanto, para que, de fato, esse objetivo seja alcançado, mais do que criar algo novo, é preciso chamar atenção acerca da importância do ecossistema durante esse processo.

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Criados na década de 1930, os ecossistemas consistem em ambientes colaborativos que visam incentivar a criação de projetos inovadores. Na prática, esses espaços reúnem diversos players responsáveis pelo desenvolvimento dos programas de inovação, exercendo um papel central no crescimento social e econômico.

“Todos querem ter sucesso ao lançar sua criação. Contudo, estamos diante de uma revolução em que coisas novas surgem a todo instante. Diferentemente do que se possa imaginar, os que se destacam não são aqueles que criam algo super revolucionário, mas os que utilizam estratégias e ferramentas que ajudem a tomar decisões certas, potencializando sua competividade frente uma realidade em constante mutação”, explica Alexandre Pierro, mestrando em gestão e engenharia da inovação e sócio fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.

Segundo o especialista, para obter êxito nesse jogo, é preciso deixar de lado velhos hábitos. Isso significa que, durante o processo criativo é essencial levar em consideração todos os aspectos da cadeia produtiva, desde quem irá criar, como será feito, quais as estratégias de divulgação e como irá atender a sociedade como um todo. “Neste aspecto, vemos o fortalecimento da importância de desenvolver soluções que cresçam nos ecossistemas amplos – algo que tem mudado todo o cenário de competição”, diz Alexandre.

Pierro, que também é bacharel em engenharia mecânica e física nuclear, esclarece: “Como exemplos práticos, vemos a preferência dos streamings em relação à TV, as atividades bancárias deixarem de ser realizadas preferencialmente por agências tradicionais e abrindo espaço para as fintechs, entre tantas outras abordagens que já fazem parte do nosso cotidiano. Certamente, se pararmos para analisar, nenhuma criação revolucionária acontece do dia para a noite e, nesse processo, é crucial aplicar tentativa e erros”.

De acordo com ele, uma representação disso é a tão conhecida Alexa. Antes de se tornar a versão que temos hoje, que inclui diversos recursos e comandos inteligentes, inicialmente, sua criação estava pautada apenas em ser uma assistente virtual que ajudasse os usuários a comprar produtos na Amazon. Após apresentar problemas, a empresa trabalhou para melhorar sua capacidade de entender as necessidades dos usuários, e conectou ao sistema uma gama de serviços sem ser de exclusividade da empresa.

Obviamente, estabelecer uma nova visão e abordagem não é uma tarefa simples. Entretanto, temos uma gama de recursos que podem auxiliar nesse processo, e em destaque está a Inteligência Artificial. É que ressalta Alexandre. E vai além ao assegurar que essa tecnologia é uma peça fundamental para a criação de grandes inovações dentro dos ecossistemas, considerando sua eficiência na realização de análises de performances comportamentais e servindo como um importante guia nessa jornada.

“De forma geral, a visão do mercado acerca das novas estratégias de competição e atribuição do ecossistema no processo de criação ainda está em maturação. Sendo assim, vemos uma gama de organizações pautando suas criações com foco exclusivo no produto, deixando de lado toda a atmosfera a qual essa inovação precisa estar inserida”, diz.

Entretanto, ainda de acordo com o especialista, vale ressaltar que, quando falamos de ecossistema, não se trata de copiar modelos já prontos, mas compreender toda a metodologia por trás dessa abordagem para garantir resultados. Como citado anteriormente, a IA desponta como o recurso mais eficaz nesse processo por ser capaz de conectar dados e sistemas, garantindo produtividade e eficiência ao procurar identificar uma lógica e padrão – mas, para que ela traga respostas inteligentes, é fundamental que as perguntas também sigam o mesmo critério.

“É importante destacar que a diferença entre o sucesso e o fracasso não está em simplesmente vencer, mas em traçar as estratégias certas. Hoje, as ideias inovadoras não estão mais pautadas no lançamento de soluções disruptivas criadas por especialistas, mas aquelas que integram e conversam com o usuário final”, salienta Alexandre.

“À medida em que as bases da competição vêm mudando, é preciso estar preparado para suprir as necessidades e demandas da população. Certamente, irão obter destaques aqueles que embarcarem suas soluções em um ecossistema que agregue valor nas atividades do público-alvo e auxilie a organização a sair na frente nessa competição. Até porque, o que garante o sucesso de uma partida é o bom investimento no ataque”, finaliza.

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