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Saiba se o reajuste do ICMS pode interferir na industrialização da Bahia

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Secretário revela se o ICMS pode prejudicar o desenvolvimento industrial baiano  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik

Publicado em 20/11/2023, às 21h00 - Atualizado às 21h07   Cadastrado por Verônica Macêdo e Daniel Serrano


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Nesta segunda-feira (20), às 8h30, a Abiquim e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia –FIEB realizaram o Seminário ‘Competitividade da Indústria Química na Bahia e no Brasil’. Um dos temas abordados foi o de uma possível interferência do reajuste do ICMS na industrialização da Bahia.

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“Com relação à industrialização, devemos pensar em questões mais estruturantes em lugar das questões tributárias apenas”, disse o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães, ao assegurar que a alta provocada pelo recente reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS não irá frear a reindustrialização baiana.

Para ele, tentar atrair indústrias só com iniciativas tributárias não é suficiente. Segundo o secretário, é preciso priorizar as medidas estruturantes como a questão dos insumos, ou seja, do gás natural /matéria –prima.

Durante o evento, realizado no auditório da FIEB e que contou com a participação de autoridades estaduais e municipais e empresários, o secretário, em entrevista para o BNews, falou sobre a importância do cenário dos temas abordados na ocasião para a indústria baiana.

“Um evento como esse é fundamental para discutir o processo de reindustrialização do Brasil, uma vez que a indústria já representou mais de 20% do Produto Interno Bruto – PIB, e, hoje, caiu menos de dois dígitos em representação. Não tem país desenvolvido sem indústria e a química tem um papel muito importante para o desenvolvimento do país por ser, inclusive, uma indústria que produz matérias - primas para outras indústrias. E o grande desafio é justamente a matéria – prima”, salientou Davidson.

Ele, que já foi vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química e presidente da Bahiagás, onde atuou por oito anos, disse, em tom categórico: “Nós precisamos implementar uma política urgente, especialmente no que diz respeito ao gás natural / matéria – prima. Não é possível que esse insumo, responsável por representar menos de 10% da produção do gás natural no Brasil, não tenha um preço diferenciado. Aí, a indústria química brasileira perde a competitividade. Isso tem a ver com a estratégia de desenvolvimento”.

O gestor da Setre também pontuou que a Petrobras, apesar de ser uma empresa pública e ter ações no mercado, tem um importante papel no desenvolvimento nacional e, por isso, o Governo precisa fazer uma industrialização, pois não adianta se pensar em neoindustrialização sem pensar em matéria – prima, em insumos fundamentais para esse processo.

“E não adianta pensarmos em novas indústrias se deixarmos as nossas já existentes morrerem. Então, a política do preço do gás natural é uma das políticas fundamentais e está na mão do Governo avançar na definição da questão do preço do gás natural / matéria – prima. É possível fazer uma política diferenciada”, declarou incisivo.

De acordo com ele, essa é uma limitação existente e o estado da Bahia seria extremamente beneficiado com essa política de preço diferenciado para o gás natural.

Durante a entrevista, o secretário também comunicou que o Governo da Bahia tem articulado para que a BYD, que está se instalado no Polo Petroquímico de Camaçari, não seja apenas uma montadora, e sim um complexo de desenvolvimento tecnológico, inclusive para se estabelecer uma nova modelagem da indústria de carros elétricos no Brasil.

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