Economia & Mercado

Salvador é a terceira capital com maior aumento no valor do aluguel e inquilinos são forçados a economizar

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na capital baiana, o valor do aluguel residencial teve uma alta de 15,26%, a maior de todo o Nordeste  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 16/08/2022, às 05h40   Daniel Brito



Pagar aluguel nos últimos tempos está ficando cada vez mais salgado e um sintoma disso é expressado pelos índices que contabilizam a média de preços.

Segundo o índice FipeZap+, indicador de abrangência nacional que acompanha os preços de imóveis residenciais e comerciais em todo o país, o aluguel subiu em média 9,49% de janeiro ao mês de junho desse ano, ou seja, o dobro da inflação no país no período, que foi de 5,49%.

E entre as capitais, Salvador foi a terceira que mais aumentou o valor do aluguel residencial, segundo o indicador: no primeiro semestre, a alta foi de 15,26%, a maior de todo o Nordeste e nacionalmente atrás apenas de Florianópolis, que registrou aumento de 18,6%, e Goiânia, onde a alta foi de 19,55%.

O aumento é explicado por diversos fatores, como a alta da própria inflação, dos juros e também pela pandemia da Covid-19, já que durante o auge da doença, onde houve a adoção de medidas de restrição e de circulação de pessoas, muitos proprietários não reajustaram os preços, o que tem ocorrido apenas agora, com a volta cada vez mais contínua à normalidade.

O estudante de urbanismo na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Robson Souza, foi um dos que precisou lidar com o aumento do aluguel na virada do ano. Em janeiro, ele foi surpreendido com a notícia de que o valor mensal do apartamento que divide com mais dois colegas em um condomínio no bairro do Cabula, em Salvador, saltaria de R$ 950 para R$ 1200, ou seja, R$ 250 a mais.

A justificativa dada pela proprietária do imóvel, segundo ele, foi justamente a de que o reajuste precisava ser realizado anualmente, mas que por conta da pandemia, isso não pôde ser feito antes e que agora seria necessário.

"Conversamos com ela, que entendeu nosso caso, que éramos estudantes e não temos ainda uma renda fixa, e ela abaixou o reajuste para R$ 1150. Passamos a economizar e pensamos até mesmo em sair, procurar um apartamento em outro lugar, mas vimos que esse aumento não foi só aqui. Foi em todo o Cabula", contou ao BNews.

"Todos tiveram um aumento absurdo, então acabamos preferindo ficar onde estamos mesmo porque mesmo aumentando para esse valor, ainda estava mais em conta do que outros apartamentos que buscamos dentro do próprio condomínio", acrescentou.

Por causa do aumento no aluguel, Robson precisou economizar mais, abdicando até mesmo do seu lazer. Ele diz que passou a sair menos durante os finais de semana, evitando ao máximo, inclusive, comer fora do lar.

Aluguel tem sua própria "inflação"

O principal índice utilizado para balizar e definir os aumentos nos aluguéis residenciais no país é o chamado Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como "inflação do aluguel".

No mês de julho, o índice ficou em 0,21% após ter registrado uma alta de 0,59% no mês interior, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), sua instituição criadora. Essa foi a menor taxa desde novembro de 2021.

O resultado fez com que o índice acumulasse uma alta de 8,39% no ano e de 10,08% em 12 meses, contra 10,70% em 12 meses até junho.

Além da variação dos preços ao consumidor, o IGP-M também acompanha o custo de matérias-primas, preços no atacado, insumos da construção civil e produtos primários.

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