Super Quarta: entenda como as decisões dos bancos centrais do Brasil e dos EUA afetam seu dinheiro

O mercado financeiro global está apreensivo com a chegada da "Super Quarta", carregando consigo as decisões de política monetária do Brasil e nos Estados Unidos. Os bancos centrais dos dois países vão anunciar hoje (21) se aumentarão ou não as taxas básicas de juros da economia, uma decisão que vai afetar diretamente o bolso de boa parte da população mundial.

As taxas básicas de juros influenciam todas as outras taxas de juros, como a de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Além disso, é o principal instrumento de política monetária utilizado pelos bancos centrais para controlar a inflação de um país.

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"Quando um país aumenta sua taxa básica de juros, ele aumenta o 'custo' do dinheiro. Logo, fica mais caro pegar empréstimos e fazer financiamentos, além de impactar diretamente sobre o consumo. Com esses efeitos, a economia esfria, forçando uma redução dos preços, ou seja, da inflação", explica Tiago José Paiva, sócio do Ápice Investimentos.

Por outro lado, quando um banco central reduz ou mantém sua taxa básica de juros, significa, em tese, que o pior já passou. Ou seja, o processo inflacionário deixou de estar em alta. Esse é o caso do Brasil atualmente, que vê uma redução da sua inflação ao longo dos últimos dois meses. Nos Estados Unidos, a situação é exatamente oposta: a inflação segue em alta, assim como o “termômetro” da economia. Estes fatores são determinantes para o movimento da taxa de juros.

"No Brasil, por conta da melhora da economia, as instituições financeiras e seus economistas esperam uma manutenção ou aumento residual da taxa Selic, pondo fim ao ciclo de alta dos juros", afirma Tiago. "Já nos Estados Unidos é esperado que o Fed (Banco Central Americano) aumente os juros em 75 pontos-base ou 100 pontos-base, já que a preocupação com inflação está cada vez mais forte."

Os movimentos das taxas de juros ao redor do mundo também influenciam de outras formas o mercado financeiro ao redor do mundo. Com uma eventual redução no Brasil, é esperado um fortalecimento das ações listadas na bolsa de valores, já que o rendimento da renda fixa tende a diminuir. No entanto, com o aumento da taxa nos Estados Unidos, é esperado um fortalecimento do dólar, o que pode acabar encarecendo uma série de produtos em nosso país cujo valor é atrelado à moeda americana.

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