Economia & Mercado

Temor de que vacina não seja eficaz contra nova variante da Covid abala mercados

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Notícias do surgimento da nova variante retiraram cerca de US$ 2 trilhões (R$ 11,2 trilhões) das ações globais na sexta-feira  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 30/11/2021, às 13h13   Folhapress


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A Bolsa de Valores brasileira abriu em baixa nesta terça-feira (30), acompanhando a queda mercados da Europa e da Ásia gerada por um novo alarme sobre os riscos da nova variante do coronavírus.

Após um dia de recuperação parcial na véspera, as bolsas foram novamente abaladas após o presidente da farmacêutica Moderna alertar que as vacinas contra Covid-19 existentes não seriam tão eficazes contra a variante ômicron quanto são contra a delta.

"Não existe um mundo, acho, onde [a eficácia] é do mesmo nível... que tivemos com a delta", disse Bancel ao jornal Financial Times.

Às 11h08, o Ibovespa, referência para a Bolsa do Brasil, recuava 0,08%, a 102.730 pontos. O índice já havia atingido a mínima de 102.012 pontos às 10h33. O dólar caía 0,10%, a R$ 5,6070.

Na Europa, as bolsas de Londres, Paris e Frankfurt caíam 0,51%, 0,49% e 0,56%, respectivamente. O índice Euro Stoxx 50, que acompanha 50 das principais empresas da região, perdia 0,64%.

Na Ásia, as bolsas de Tóquio e Hong Kong fecharam em queda de 1,63% e 1,58%, respectivamente. O índice para empresas chinesas de Xangai e Shenzhen cedeu 0,40%.

No porto chinês de Qingdao, o minério de ferro comercializado à vista recuou 5,43%, enquanto os contratos futuros da commodity cediam 0,16%.

O petróleo Brent, referência mundial, tinha desvalorização de 3,28%, a US$ 71,03 (R$ 398,56) o barril.
Apesar do alarde gerado pela declaração do presidente da Moderna, autoridades sanitárias reforçaram que, por enquanto, não há motivos para pânico.

Emer Cooke, diretora-executiva da Agência Europeia de Medicamento, disse ao Parlamento Europeu que, mesmo que a nova variante se torne mais generalizada, as vacinas atuais continuarão oferecendo proteção.

Andrea Ammon, que preside o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, disse que 42 casos da variante foram confirmados em 10 países da Europa.

Houve outros seis casos "possíveis". Ela disse que os casos vistos foram leves ou assintomáticos, embora em faixas etárias mais jovens.

A Moderna não respondeu a um pedido de comentário da agência Reuters, nem disse para quando espera dados sobre a eficácia de sua vacina contra a ômicron.

Notícias do surgimento da nova variante retiraram cerca de US$ 2 trilhões (R$ 11,2 trilhões) das ações globais na sexta-feira, após a variante ser identificada no sul da África e anunciada no dia 25 de novembro.

A OMS e cientistas também dizem que podem ser necessárias semanas para se entender se a ômicron pode causar doenças graves ou escapar da proteção contra imunidade induzida pelas vacinas.

"A vacinação provavelmente ainda manterá vocês fora do hospital", disse John Wherry, diretor do Instituto Penn de Imunologia da cidade norte-americana da Filadélfia.

A Moderna e as farmacêuticas BioNTech e Johnson estão trabalhando em vacinas que visam especificamente a ômicron para o caso de seus imunizantes atuais não serem eficazes contra ela.

A Moderna também tem testado uma dose mais alta de sua vacina existente.

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