Economia & Mercado

Vale perde quantia bilionária em valor de mercado

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Publicado em 10/03/2024, às 09h06   Cadastrado por Henrique Brinco


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A Vale enfrenta uma crise de liderança que se reflete em uma significativa perda de valor de mercado, totalizando R$ 48,3 bilhões desde o início deste ano. A informação é do jornal O Estado de São Paulo. O processo turbulento incluiu uma tentativa do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de indicar o ex-ministro Guido Mantega (PT) para o comando da empresa.

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Na última sexta-feira (8), o Conselho de Administração da mineradora decidiu estender o contrato do CEO, Eduardo Bartolomeo, por mais seis meses, até 31 de dezembro, adiando assim a escolha de um sucessor. Agora, a Vale contratará uma empresa de recursos humanos para elaborar uma lista tríplice de indicações.

Contudo, há preocupações de que a mudança possa ser pré-determinada, segundo uma fonte próxima aos conselheiros da empresa.

Enquanto isso, o valor de mercado da Vale caiu de R$ 332,1 bilhões no final do ano passado para R$ 283,8 bilhões. Os cálculos são de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.

A tentativa de interferência na presidência da Vale provocou uma divisão entre os acionistas da companhia. A saída de Bartolomeo era defendida pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3), pelo qual o governo exerce sua influência na empresa.

Nas últimas semanas, vários nomes foram cotados para ocupar a presidência da Vale, incluindo Walter Schalka, presidente da Suzano (SUZB3); Paulo Caffarelli, ex-presidente do BB e da Cielo (CIEL3); e Murilo Ferreira, ex-presidente da própria Vale.

A decisão de estender o contrato de Bartolomeo até o final do ano foi vista como atendendo ao pleito do governo Lula de removê-lo do cargo, mas adiando a decisão sobre seu substituto. O presidente tem feito críticas à Vale nos últimos meses, especialmente em relação ao desastre de Brumadinho, cobrando mais responsabilidade da empresa.

A tumultuada sucessão na Vale levou o BTG Pactual a rebaixar a recomendação de compra das ações da empresa para "neutra". Os papéis já caíram 14,49% neste ano, e analistas destacam que a empresa enfrenta um intenso ruído nas últimas semanas, especialmente em meio às discussões sobre o próximo CEO e às questões relacionadas à Samarco/Renova.

Representantes de acionistas estrangeiros, como a japonesa Mitsui e fundos de investimentos, que anteriormente votaram pela permanência de Bartolomeo, agora votaram por sua substituição, indicando uma mudança de posição em relação à gestão da empresa. A divisão entre os conselheiros sobre a direção futura da Vale é vista como preocupante para uma empresa com tantos desafios pela frente.

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