Economia & Mercado

Vitória de Trump movimenta economia mundial; saiba como Brasil pode ser afetado

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Resultado das eleições movimenta economia mundial; confira números  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Globo

Publicado em 06/11/2024, às 11h43 - Atualizado às 12h47   Publicado por Vagner Ferreira



Donald Trump foi eleito, nesta quarta-feira (6), o novo presidente dos Estados Unidos e o resultado das eleições movimentou a economia mundial, conforme informações de o jornal Folha de S. Paulo. 

A Ásia teve as bolsas fechadas antes do resultado eleitoral, mas já refletia a vitória de Trump e a China registrou queda nos principais índices do mercado financeiro. O dólar se destacou em relação ao iene japonês em 1,57% e ao euro em 1,69%. 

Com relação ao bitcoin, este bateu recorde de US$ 75.120, com alta sperior a 8,63% em relação ao dia anterior (5). Trump, no entanto, defende criar uma moeda virtual própria dos EUA.

O economista-chefe de mercados da Capital Economics, John Higgins, disse, em reportagem à Folha, que “os investidores estão preparados para a turbulência no mercado de títulos do Tesouro, mesmo considerando os grandes movimentos que já vimos recentemente".

Caso as promessas do novo governo sejam cumpridas, haverá aumento nas tarifas de produtos importados, redução de impostos, deportações em massa e redução da independência do banco central norte-americano, o FED. 

De acordo com especialistas entrevistados pela Folha, a previsão é de que haja aumento de 10% até 20% em relação à importação dos EUA, incluindo países associados, além de 60% sobre a transação da China. No Brasil, os setores mais afetados foram o agrícola, o de biocombustíveis e o de ferro e de aço.

Em 2023, as exportações dos EUA chegaram a US$ 36,9 bilhões (R$ 213,4 bilhões) e as importações, US$ 38 bilhões (R$ 219,8 bilhões), índices negativos para o Brasil. Os principais produtos da transação foram: ferro e aço, com 13% do total exportado, além dos produtos de engenharia civil e condutores (4,8%) e grânulos e ferro-ligas (4,6%). Com Trump na liderança, o comércio chinês pode ter a capacidade reduzida na compra de produtos brasileiros.

O presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, falou sobre as consequências indiretas ao mercado chinês, ressaltando que o Brasil é um grande exportador de commodities aos chineses e isso pode ser afetado. “Não sabemos se a economia mundial está preparada para isso". 

A dificuldade na venda para os EUA pode retomar o movimento de produtos asiáticos inundando os mercados globais de forma predatória, de acordo com os especialistas financeiros. "Esse problema já existe para o Brasil, principalmente desde 2022, com uma dificuldade de retomar as exportações para a América do Sul e Central, que foram assumidas pela China", avalia Marcos Lélis, especialista em economia internacional da Unisinos.

Ele disse que o valor dos produtos nos EUA é maior do que o de importação, e isso pode resultar em uma pressão inflacionária no país. "Dessa forma, eles podem ter dificuldade de baixar os juros nos EUA e teremos um dólar valorizado. Se os juros lá não caem, o Brasil pode ter um sufoco para baixar os seus juros", contou.

Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e conforme parâmetros do Banco Central (BC), o Brasil foi o oitavo destino de investimentos diretos dos EUA em outros países, somente em 2022, com US$ 246 bilhões (R$ 1,4 trilhão). Em relação aos aportes diretos do território brasileiro nos Estados Unidos, o total foi de US$ 13 bilhões (R$ 75,2 bilhões) em 2022. Os principais fatores foram: manufaturas (67,8% do estoque total de IED); setores químicos (16%); outras indústrias (15,9%); e finanças e seguros (10,6%).

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