Economia & Mercado

Sem Carnaval, Salvador deixará de gerar 250 mil postos temporários de trabalho

Valter Pontes / Secom / Prefeitura de Salvador
Na festa do ano passado, a capital baiana movimentou mais de R$ 1,5 bilhão e a ocupação hoteleira chegou a 90%  |   Bnews - Divulgação Valter Pontes / Secom / Prefeitura de Salvador

Publicado em 12/02/2021, às 05h33   Márcia Guimarães


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Em 2021, ninguém vai poder acompanhar os trios elétricos cantando músicas-símbolo do Carnaval, trocar energia na avenida, conhecer turistas de todo o mundo em uma das festas mais esperadas do ano. O coronavírus, além de matar mais de 2,3 milhões de pessoas ao redor do planeta, retirou 250 mil postos temporários de trabalho na folia momesca, entre outros prejuízos. 

No Carnaval do ano passado, Salvador movimentou mais de R$ 1,5 bilhão e a ocupação hoteleira chegou a 90%, de acordo com a Saltur. A capital baiana recebeu 800 mil turistas durante o período da festa. Para colocar tanta gente na rua, seria preciso que todos estivessem vacinados contra o coronavírus, por isso que foi necessário suspender o evento este ano.

“A gente não tem condições de avaliar hoje o impacto da suspensão do Carnaval. Não podemos dizer que esse ano não teremos nenhum movimento, que não haverá nada na economia. Temos expectativa de movimentação turística mesmo sem Carnaval, mas claro que não será nunca no mesmo patamar. O prejuízo é muito grande para bares e restaurantes, para o setor de entretenimento”, afirmou o presidente da Saltur, Isaac Edington.

Ele destaca que, ainda que o impacto seja extremamente negativo, a prefeitura e o governo estadual fizeram o correto ao suspender a festa, pois é preciso preservar vidas e focar as energias em estratégias que sigam neste caminho em um momento em que a disseminação do coronavírus segue sem controle e com novas variantes. 

“Nós pedimos que as pessoas aproveitem esse período para dar a sua contribuição, respeitando as regras sanitárias, evitando aglomerações, não realizando eventos. Os pontos facultativos foram cancelados justamente para evitar a circulação de pessoas. Os órgãos da prefeitura irão ampliar as fiscalizações nesse período. Se cada um fizer a sua parte, as taxas de contaminação irão diminuir, conseguiremos retomar gradualmente as atividades e os eventos poderão voltar”, avisou Edington.

Para manter a capital baiana com a economia relativamente aquecida, uma das estratégias da prefeitura tem sido criar campanhas nas redes sociais convidando os baianos a conhecerem Salvador. “Como as viagens internacionais estão suspensas, temos focado nos turistas nacionais, principalmente os do próprio estado. A ocupação hoteleira tem ficado em média em 53%, bastante alta se comparada ao restante do país. Como folião, fico triste com o cancelamento do Carnaval, mas vivemos um momento diferente. O foco agora é salvar vidas”, reforçou o secretário municipal de Cultura e Turismo, Fábio Mota. 

Ele cita que Salvador não tem grandes indústrias e depende muito dos setores de serviços e turismo, o que piora ainda mais a situação quando uma festa como o Carnaval precisa ser remarcada. “É um momento bastante difícil e delicado. Temos o maior Carnaval do mundo, então é mais grave do que para outras cidades. Temos milhares de pessoas dependentes desta festa aqui. Continuamos pensando em fazer o Carnaval fora de época, mas vai depender da imunização. Contudo, a quantidade de doses das vacinas não está sendo o que a gente pensava”, lamentou o secretário.

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