Economia & Mercado

Bolsonaro diz que levará briga sobre ICMS de combustíveis ao STF

Agência Brasil
O mandatário culpa recorrentemente a cobrança do tributo estadual pela alta dos combustíveis, um dos pontos que tem gerado desgaste para seu governo.  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 03/09/2021, às 07h00   Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

Em mais um capítulo da briga com governadores, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (2) que vai entrar com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir mudança na forma como os estados cobram o ICMS de combustíveis e lubrificantes.

O mandatário culpa recorrentemente a cobrança do tributo estadual pela alta dos combustíveis, um dos pontos que tem gerado desgaste para seu governo.

"Dizer a vocês que entraremos amanhã com uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão [no STF] levando-se em conta a emenda constitucional 33 de 2001. O que é isso aí? Trata da cobrança de ICMS dos combustíveis", disse Bolsonaro, durante sua live semanal. A ação deve ser movida pela AGU (Advocacia-Geral da União).

De acordo com interlocutores, o governo deve alegar que a falta de regulamentação de uma emenda constitucional de 2001 gera desequilíbrio no pacto federativo. Nesse sentido, a AGU deve pedir que o STF decida que o Congresso deve legislar sobre o tema, aprovando uma regulamentação com um valor uniformizado para o imposto.

Leia também
Alta de combustível é culpa da Petrobras, e não de estados, dizem secretários de Fazenda
Gasolina já é vendida a R$ 7,36 em postos pelo Brasil; preço médio chega a quase R$ 6
Bahia é o sétimo estado com a gasolina mais cara do Brasil

Não é a primeira vez que o governo Bolsonaro tenta modificar a forma como o IMCS dos combustíveis é coletado por estados.

Em fevereiro, ele apresentou um projeto de lei ao Congresso no sentido de definir um valor fixo por litro, e não mais sobre a média de preços das bombas. Mas a proposta não avançou no Legislativo.

“O objetivo da medida é estabelecer, em todo o país, uma alíquota uniforme e específica, segundo a unidade de medida adotada na operação (litro ou quilo). Com isso, o ICMS não irá variar mais em razão do preço do combustível ou das mudanças do câmbio”, informou o Palácio do Planalto à época.

Há meses Bolsonaro responsabiliza governadores pelo aumento de preço nas bombas. Em fevereiro de 2020, ele criticou os estados falando que o valor do tributo prejudicava o consumidor e que uma possível medida seria uma lei complementar para o ICMS passar a ser um valor fixo por litro, e não mais aplicado à média de preços nas bombas.

Em sua live nesta quinta, Bolsonaro afirmou que foi "obrigado a recorrer ao STF".

"[Fui] obrigado a recorrer ao STF. E o STF... a ação tá bem clara, eu não sou constitucionalista não, tá bem clara. A emenda constitucional 33 de 2001 é bastante clara, dizendo que o valor do ICMS tem que ser um valor nominal fixo. E daí então o Parlamento vai decidir como fazer isso daí. Se vai determinar, dar um prazo para os governadores fixarem esse valor", afirmou.

Leia mais
Petrobras reduz preço da gasolina pela primeira vez no ano
Governo aumenta tributação de álcool importado usado na gasolina
Preços da gasolina, diesel e gás aumentam a partir desta terça nas refinarias

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp