Educação

Professores fazem plenária e não descartam greve contra corte de orçamento da Ufba

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Sindicato da categoria manifestou repúdio à decisão do ministro da Educação, Abraham Weintraub   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 30/04/2019, às 18h25   Bruno Luiz e Eliezer Santos



Professores, estudantes e servidores do corpo técnico da Universidade Federal da Bahia (Ufba) vão se reunir em plenária às 9 horas, na próxima segunda-feira (6), na Faculdade de Educação, para avaliar estratégias contra a decisão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que determinou o corte de 30% no orçamento da instituição. De lá eles seguem para um ato público na Reitoria, no Canela, marcado para 11 horas.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o ministro justificou as sanções se aplicam a universidades que não apresentarem desempenho acadêmico esperado e, ao mesmo tempo, estiverem promovendo “balbúrdia”. Além da Ufba, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade de Brasília (UnB) sofreram cortes.

“Não há objetividade nesta decisão. Que critérios objetivos esse senhor vai utilizar para dizer se uma universidade ou outra promove balbúrdia, o que é balbúrdia. Então ela vai sofrer um corte. Quem ele pensa que é? Ele é um gestor público”, protesta Raquel Nery, presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub).   

“Expressa o caráter autoritário desse governo. É uma decisão seletiva, arbitrária, autoritária, que fere em todos os sentidos a nossa liberdade, que é um princípio fundamental da democracia”, acentua.

A Apub não descarta a possibilidade de realizar paralisações ou greve em protesto às medidas do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com impacto na educação universitária baiana.

“Nós temos expectativa que dessa plenária saiam deliberações sobre que ações nos vamos realizar nos juntando às outras universidades para fazer o devido enfrentamento usando os recursos que estiverem disponíveis. São recursos políticos, mas há outros recursos também. Primeiro a gente precisar confirmar o caráter técnico desse corte e ver quais são as medidas cabíveis para garantir o funcionamento da entidade”, explica Raquel Reny.  

“A universidade não é propriedade do MEC nem de um gestor, ela é da sociedade baiana e sociedade brasileira. Nós estaremos atentos, ativos, organizados para fazer o devido enfrentamento a essa situação [....] temos um quadro orçamentário autoritário, arbitrário e isso gera em nós indignação, muito mais do que preocupação. As coisas chegaram a um nível intolerável, difícil realmente de digerir com tranquilidade declarações absurdas como esta que esse ministro da Educação fez”, brada.

Raquel participa na França de um encontro de trabalhadores da ciência, onde a Federação Mundial de Trabalhadores Científicos manifestou oficialmente solidariedade às universidades e aos cientistas brasileiros após a decisão do MEC. 

Segundo a presidente da Apub, 90% de toda ciência produzida no Brasil ocorre dentro das universidades.

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