Educação

Estudantes de Medicina da Ufba realizam protesto para cobrar regularização de calendário após pandemia

Estudantes de Medicina na manifestação em frente à Sede Mater - Divulgação
Os estudantes de Medicina afirmam ter tentado diálogo com Colegiado e Diretoria, sem sucesso  |   Bnews - Divulgação Estudantes de Medicina na manifestação em frente à Sede Mater - Divulgação

Publicado em 10/01/2022, às 17h17   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Estudantes de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba) na frente da Sede Mater, no Terreiro de Jesus, em Salvador, na manhã desta segunda (10), mas não encontraram servidores no Colegiado para recebê-los.

O principal objetivo do ato foi cobrar ações para reduzir o atraso no calendário letivo por conta da suspensão de aulas durante a pandemia. 

De acordo com a organização do protesto, a ação foi feita de maneira pacífica, com uso de máscara e distanciamento social. Além disso, os organizadores apontam que os alunos tentaram o diálogo ao encaminhar ao Colegiado e à Diretoria, no final de dezembro de 2021, uma carta assinada por quase 300 discentes de todas as turmas de Medicina da Ufba.

O documento reúne propostas para permitir a progressão dos cursos e ajustes no calendário, reduzindo os atrasos que já chegam a quase dois semestres. Entre as sugestões, estão a oferta de cursos de férias e a realização de três semestres em um ano, práticas já realizadas em períodos pós-greve.

Com cartazes nas mãos pedindo “+ educação e - descaso”,os discentes reafirmam que se mantêm abertos ao diálogo, mas precisam de respostas mais positivas para a efetiva solução dos problemas. Eles classificam como lento e pouco efetivo o retorno do Colegiado, da Diretoria da FMB e de alguns departamentos.

Propostas viáveis

“Não queremos simplesmente o não como resposta. Discutimos e apresentamos propostas que consideramos viáveis e que estão dentro das possibilidades do Colegiado para evitar que atrasemos ainda mais o tempo de formação, de um curso que naturalmente já é bastante longo”, disse Laura Gandra, 39 anos. “Há estudantes de baixa renda que têm que concluir o curso no tempo previsto, pois ajudavam as suas famílias trabalhando e, durante a faculdade, não conseguem mais. Sou mãe e sinto na pele. Precisamos nos formar para garantir o sustento da nossa família e contribuir com a sociedade através de nossa força de trabalho”, completou Laura.

“Estamos pedindo cursos de férias, mas nas férias dos alunos e não dos professores. Compreendemos que existem questões administrativas, como o direito assegurado às férias dos servidores, e não é intenção causar qualquer prejuízo. É por isso mesmo que lutamos por um diálogo honesto e sincero para que nossas queixas e sugestões sejam ouvidas e discutidas. O objetivo é que seja adotada a melhor solução para todos”, disse a estudante Gabriela Porto, 25 anos.

“A justificativa atual tem sido vaga e unilateral. A universidade pública precisa ser defendida e fortalecida de forma constante. A arbitrariedade de certos departamentos parece esquecer que cada dia a mais do planejamento de 6 anos de curso é cruel e sofrido para diversos alunos, alguns com filhos e famílias. Alguns colegas são de outras cidades e até de outros estados e não podem prolongar essa permanência aqui”, completou Francesco Lattarulo, 24 anos. Ele destaca que a carga horária é extensa, dificultando que os estudantes trabalhem para se manter.

Trecho de convocação para a manifestação que circulava nas redes sociais dizia: “Hoje, estamos colhendo os frutos da apatia do Colegiado e de alguns departamentos. Porém, não devemos aceitar isso silenciosa e passivamente. Devemos lutar por nossos direitos, enquanto discentes, e reivindicar ações contundentes para não atrasarmos, ainda mais, o nosso período de formação. Vamos juntas e juntos?”.

Siga o BNews no Google Notícias e receba os principais destaques do dia em primeira mão

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp