Educação

MEC pede à Unisa esclarecimento sobre vídeo em que alunos simulam masturbação coletiva

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Em redes sociais, há comentários de que os estudantes estivariam fazendo uma "masturbação coletiva"  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 19/09/2023, às 07h38   Isabela Menon / Folhapress


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O Ministério da Educação notificou nesta segunda-feira (18) a Unisa (Universidade Santo Amaro) para que a instituição preste esclarecimentos sobre um vídeo em que alunos que aparecem correndo nus e com a mão no pênis. A universidade tem 15 dias para responder ao MEC.

O episódio teria acontecido em abril deste ano, em São Carlos (a 216 km da capital paulista), e o vídeo viralizou neste fim de semana.

Os alunos estariam assistindo ao jogo da seleção feminina da universidade contra o Centro Universitário São Camilo e como forma da celebração tiraram a roupa. Em outro vídeo, é possível ver eles correndo pela quadra. Em redes sociais, há comentários de que os estudantes estivariam fazendo uma "masturbação coletiva". Além da qualidade baixa dos vídeos, os alunos aparecem com os rostos pintados, o que dificulta a identificação.

Além das informações em relação ao episódio, o MEC pediu à Unisa quais são as punições previstas em seu regimento, caso sejam confirmados os fatos.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou que, assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou a apuração do episódio. O órgão explica que, segundo informações colhidas até o momento, os estudantes do time de futsal masculino invadiram a quadra e passaram a desfilar nus logo após o time para o qual torciam vencer uma partida de vôlei feminino contra outra instituição.

"Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver o grupo mostrar as genitálias e, na sequência, fazer atos obscenos voltados para a quadra", diz a pasta, que explica que a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São Carlos já iniciou as investigações para o total esclarecimento dos fatos.

A pasta também afirma que a Polícia Civil enviará requisições às universidades envolvidas e à Secretaria de Esportes da Prefeitura Municipal de São Carlos.

A atlética da Unisa informou, por meio de nota divulgada nas redes sociais, que as imagens não são contemporâneas e que não representam "princípios e valores da atlética".

A presidente da atlética, Vittoria Carmona, informou à reportagem que após o episódio, em abril, foi realizada uma assembleia antes de outra competição universitária, o Intermed, e foi avisado que caso algum aluno "viesse a ter uma postura deste cunho, seria expulso da competição".

"Esta medida não precisou ser tomada pois isso não aconteceu na Intermed 2023 [a competição aconteceu em setembro]", afirmou Carmona.

A reportagem também tentou contato com a Unisa, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. A faculdade possui três campus em São Paulo, um localizado em Guarulhos, Interlagos, Santo Amaro e Santa Cecília. A mensalidade para a faculdade de medicina custa, em 2023, R$ 10.821,00.

Já Centro Universitário São Camilo afirma que o episódio aconteceu em um evento esportivo chamado Calomed.

"Os alunos da Unisa, saindo vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra. Não foi registrada, naquele momento, nenhuma observação por parte das nossas alunas referente à importunação sexual", declarou a universidade, que afirmou apoiar todos os alunos e que não compactua com quaisquer atos que possam atentar contra o pudor e os bons costumes.

Após a repercussão do episódio, o Ministério das Mulheres lamentou o episódio no X (antigo Twitter). A pasta relatou que romper com séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero.

"Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas -elas devem ser combatidas com o rigor da lei", disse a pasta. "Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência."

A UNE (União Nacional dos Estudantes) disse que são absurdas as cenas dos alunos de medicina da Unisa dos jogos universitários.

"Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino", afirmou a organização.

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