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Anúncios de Bolsonaro: Saiba quanto gastou o partido e qual a região mais cobiçada pelo presidente

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Anúncios de Bolsonaro viraram tema das redes sociais nos últimos dias  |   Bnews - Divulgação Foto: Alan Santos/PR

Publicado em 26/07/2022, às 10h18   Paula Soprana/Folhapress


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O PL (Partido Liberal) fez seu primeiro investimento pesado para promover o presidente Jair Bolsonaro em vídeos no YouTube. As peças publicitárias têm de 6 a 30 segundos e são pequenos trechos do clipe "Capitão do Povo", jingle sertanejo da dupla Mateus e Cristiano.

O investimento feito pelo partido é o maior do campo político feito no Google desde novembro, desbancando a produtora de vídeos conservadora Brasil Paralelo, que já desembolsou R$ 413 mil. O PSDB aparece em terceiro lugar, com R$ 242 mil.

Os vídeos mostram Bolsonaro em motociatas, na igreja, beijando a primeira-dama, fardado e em cenas da facada do qual foi vítima na campanha de 2018.

A legenda destinou verba para todos os estados, sendo São Paulo o maior receptor, com R$ 105 mil. Na distribuição de verba regional, o PL direcionou R$ 192,5 mil de publicidade no Sudeste, onde se concentra 43% do eleitorado brasileiro, segundo o Datafolha. No Nordeste, onde Bolsonaro perde em intenções de voto para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a legenda desembolsou R$ 188 mil.

O anúncio mais caro, de R$ 90 mil, foi exibido no Nordeste e teve de 9 a 10 milhões de visualizações (um mesmo usuário pode ter visto mais de uma vez).

A publicidade no início ou no meio dos vídeos do YouTube começaram a chamar a atenção do público nas redes sociais assim que foram veiculados na sexta-feira (22). Vários canais decidiram bloquear a propaganda, fazendo as incursões desaparecerem de seus conteúdos.

Assim como o PL, o PT e outros partidos também já realizaram anúncios políticos neste ano, mesmo que a campanha eleitoral inicie 16 de agosto. A propaganda eleitoral antecipada é configurada por lei quando há pedido explícito de voto.

De acordo com a biblioteca de anúncios do Google, o partido de Bolsonaro promoveu 15 vídeos na sexta (22) e no sábado (23). Depois de São Paulo, Paraná recebeu R$ 56 mil de investimento, seguido do Rio Grande do Sul (R$ 50 mil), de Goiás (R$ 46 mil) e da Bahia (R$ 43,5 mil).

A estratégia da legenda é abrangente, com vídeos que tentam obter o maior alcance possível de pessoas. O partido só fez segmentação geográfica. Não direcionou propaganda de modo espefício, para homens ou mulheres de determinada faixa etária, por exemplo, o que reduziria seu público-alvo.

O PT e a FE Brasil, federação que também inclui PV e PC do B, acionaram o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta segunda-feira (25) contra o PL por "acintosa campanha de impulsionamento de conteúdo digital" nos dias que antecederam a convenção que confirmou a candidatura de Bolsonaro à reeleição.

A ação requer que a legenda pague multa de R$ 1,48 milhão, valor que seria o dobro do que foi pago para promoção dos conteúdos pró-Bolsonaro.

Além disso, o partido e a federação pedem apuração sobre a origem da verba usada pelo PL para impulsionar a campanha do atual presidente nas mídias sociais, "a fim de identificar possível uso irregular de recursos do fundo partidário".

A venda de publicidade no Google funciona como um leilão. Uma conta verificada (seja um partido ou um político) coloca uma seleção de palavras-chave que serão associadas ao nome político ou da campanha no YouTube ou no Google.

O partido, então, compra um lance para aparecer quando aquela palavra for pesquisada, e o preço varia de acordo com a demanda por aquele assunto no momento.

Até agora, o PT gastou apenas R$ 58 mil com o vídeo de campanha "Dois Lados, que Brasil você quer?".

A propaganda paga na internet, chamada também de impulsionamento, só poderá ser feita por partidos por meio do Google (para que apareça no buscador ou no YouTube) ou da Meta, dona de Facebook e Instagram. O Twitter e o TikTok não permitem conteúdo político pago na internet.

A biblioteca de anúncios políticos do Google, também disponível em outros países, é uma medida de transparência lançada em junho deste ano no Brasil após o acordo firmado entre a empresa e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em fevereiro. Em dois dias de anúncio, o PL gastou um total R$ 741,5 mil para promover Bolsonaro.

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