Bolsonaro se reúne com evangélicos e garante: 'dirijo para o lado que os senhores desejarem'

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com as lideranças de algumas das principais igrejas evangélicas do país em um encontro que aconteceu em Brasília na última terça (8) e indicou que dirige o país de acordo com o que essas lideranças direcionam.

Entre os presentes, estavam nomes como  como Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo), Abner Ferreira (Assembleia de Deus Ministério de Madureira) e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (Igreja Universal do Reino de Deus). De acordo com o colunista Lauro Jardim, do Globo, o encontro teve cerca de 280 pessoas, incluindo 90 deputados federais e oito senadores. A primeira dama Michelle Bolsonaro e o ministro da educação, Milton Ribeiro, também estiveram.

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"Seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Eu falo 'nós' porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem", declarou Bolsonaro.

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Bolsonaro fez uma série de acenos a pautas conservadoras, como afirmar acreditar em Deus e família, teceu críticas à legalização do aborto em outros países e argumentou que o presidente eleito em 2022 poderá indicar mais dois ministros para o STF - e ele pretende colocar mais dois ministros terrivelmente cristãos, como já classificou André Mendonça, ministro indicado pelo próprio Bolsonaro.

A busca pelo público evangélico é algo presente na rotina de quase todos os pré-candidatos. A justificativa é óbvia: de acordo com o Datafolha, o público representa 30% dos brasileiros e é um ponto fundamental para qualquer um que aspire a presidência da República. Adversários de Bolsonaro, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-ministros Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) fazem seus acenos para atrair esse eleitorado.

Em pesquisa de intenção de votos realizada pelo Ipec, Lula e Bolsonaro dividem voto a voto o público evangélico. Lula estava à frente com 34% de intenções, com Bolsonaro logo atrás, com 33% - um empate técnico. Moro e Ciro registraram 7% e 4%, respectivamente.

Entre as ações de Lula, principal adversário de Jair Bolsonaro na corrida eleitoral, estão medidas para tentar se aproximar mais da base e menos das lideranças para conseguir atrair esse público para si. A ideia do cacique petista é buscar o voto dos frequentadores, tendo o discurso social como principal argumento.

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De acordo com O Globo, Moro convidou o presidente da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), Uziel Santana, para coordenar um núcleo voltado a esse segmento. Uma das missões é aproximar o presidenciável da Universal. De acordo com a colunista Bela Megale, do Globo, não há, no entanto, encontro previsto com Pereira ou com o bispo Edir Macedo.

Durante o evento, o apóstolo César Augusto, da igreja Fonte da Vida, relatou uma visita que fez ao então candidato a presidente após a facada sofrida por ele em 2018 e levou Bolsonaro às lágrimas.

Malafaia, por sua vez, criticou as chamadas "roubalheiras", dando uma indireta ao PT, ainda que sem citar o nome dos adversários políticos.

Líder do Republicanos e com recentes acenos para abandonar Bolsonaro e assumir postura neutra nas próximas eleições, Marcos Pereira também esteve presente e disse que a bandeira do Senhora e do Brasil unem a todos na mesa. 

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