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Janela partidária fortalece PL e União Brasil em disputas nos estados

Urna eletrônica - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com novas filiações, partidos passam a ter, respectivamente, 15 e 13 pré-candidatos a governador  |   Bnews - Divulgação Urna eletrônica - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 02/04/2022, às 14h25 - Atualizado às 14h35   Folhapress


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O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e a União Brasil foram as legendas que mais se fortaleceram para as disputas de governos estaduais na janela partidária, prazo para que políticos com mandato mudem de sigla sem sofrer punições. Com o encerramento do prazo para mudança de partido nesta sexta-feira (1º), o PL passa a ter 15 pré-candidatos governador e a União Brasil chega a 13 postulantes a governos estaduais. O PL terá candidatos próprios em 8 dos 10 maiores colégios eleitorais do país, apoiando nomes de partidos aliados em São Paulo e Ceará. As candidaturas mais competitivas do novo partido de Bolsonaro, dentre os maiores estados, estão no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Dos 15 pré-candidatos do PL, 4 já estavam no partido antes da filiação de Bolsonaro em novembro: Cláudio Castro (RJ), Jorginho Mello (SC) Anderson Ferreira (PE) e Josimar de Maranhãozinho (MA).
Os demais chegaram na esteira da filiação do presidente, oito deles durante a janela partidária, e vão concorrer em importantes colégios eleitorais como Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul. "O PL cresceu de forma consistente em todos os estados. Saímos da janela partidária com uma vitória inconteste dos partidos aliados ao presidente Bolsonaro", afirma o líder do PL na Câmara, deputado federal Altineu Côrtes, que elogiou trabalho de articulação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do presidente do partido Valdemar Costa Neto.

Dentre os pré-candidatos a governador estão nomes próximos ao presidente como o ex-ministro Onyx Lorenzoni, que concorrerá no Rio Grande do Sul, e Vitor Hugo, pré-candidato em Goiás.
Em Minas Gerais, o senador Carlos Viana saiu do MDB e assinou a ficha de filiação do PL nesta sexta-feira após uma reunião com Bolsonaro em Brasília.

O movimento cria um palanque para a campanha de reeleição do presidente no segundo maior colégio eleitoral do país e esfria a relação de Bolsonaro com o governador Romeu Zema (Novo).
Zema, que chegou a pedir voto para o então candidato Bolsonaro nas eleições de 2018, teve relação próxima ao presidente nos dois primeiros anos de mandato. Desde o ano passado, contudo, vinha dando sinais de insatisfação em relação ao governo federal.

Na Bahia, quem se filiou ao partido foi o ex-ministro da Cidadania e pré-candidato ao governador, João Roma. Deputado federal em primeiro mandato, Roma era aliado de ACM Neto (União Brasil), mas rompeu com o antigo padrinho político ao assumir o cargo no governo Bolsonaro.

Ele deixou o Republicanos após o partido decidir apoiar ACM Neto na corrida pelo governo estadual. A legenda tenta indicar o candidato a vice da chapa liderada pela União Brasil. Dentre os estados da região Norte, a novidade foi a filiação do senador Zequinha Marinho, que deve ser o principal opositor do governador Helder Barbalho (MDB), que tenta a reeleição.

A despeito de ter sido a legenda que mais perdeu deputados federais durante a janela partidária, a União Brasil conseguiu atrair para os seus quadros pré-candidatos a governador considerados competitivos.
Criado no fim do ano passado a partir da fusão entre o PSL e Democratas, a legenda terá a maior fatia do fundo eleitoral entre os partidos brasileiros, com cerca de R$ 1 bilhão para gastar no pleito deste ano. "Nosso partido terá protagonismo. Além de uma bancada robusta no Congresso, teremos 13 pré-candidatos a governador, sendo a maior parte com muitas boas chances de vencer", afirma o deputado federal Elmar Nascimento (BA), líder da União Brasil na Câmara.

Dos 13 nomes que vão concorrer pelo partido a governos estaduais, 8 não são oriundos de DEM e PSL e chegaram à legenda após a fusão. Dentre eles está o governador do Amazonas, Wilson Lima, que deixou o PSC para concorrer à reeleição em seu estado pela União Brasil.

Também estão entre as novidades nomes como o do senador Reguffe, que deixou o Podermos e deve concorrer ao governo do Distrito Federal, e o deputado federal Felipe Rigoni, que chegou à Câmara em 2018 amparado pelos movimentos de renovação e é pré-candidato a governador do Espírito Santo.
Outros quatro dos novos filiados vão concorrer a governador em estados da região Nordeste. Dois deles vieram em meio a uma articulação com o PP capitaneada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Em Alagoas, a União Brasil trouxe para os seus quadros o senador Rodrigo Cunha, que deixou o PSDB e deve concorrer ao governo de Alagoas com o apoio de Lira. Movimento semelhante aconteceu no Piauí: o ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes filiou-se a União Brasil com o aval de Ciro Nogueira e será o candidato de oposição ao PT no estado. A ex-mulher do ministro, a deputada federal Iracema Portella, será a candidata a vice na chapa.

Um dos principais fiadores da candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, o PP aposta suas fichas na eleição para o Congresso e terá candidato a governador em apenas três estados: Acre, Roraima e Rio Grande do Sul. Neste último, concorre o senador Luis Carlos Heinze.

O PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 13 pré-candidatos a governos estaduais, mas só um deles chegou ao partido nesta janela partidária: o ex-governador do Paraná Roberto Requião. Aos 81 anos, ele será o candidato de oposição ao governador Ratinho Júnior (PSD).

Os demais pré-candidatos a governador já eram do próprio partido, incluindo nomes novos como os dos ex-secretários estaduais Jerônimo Rodrigues, da Bahia, e Rafael Fonteles, do Piauí. A governadora Fátima Bezerra disputa a reeleição no Rio Grande do Norte e o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad concorre em São Paulo.

Enfrentando uma crise nacionalmente com a disputa entre os presidenciáveis João Doria e Eduardo Leite, o PSDB trabalha para manter sua força nos estados e tem pré-candidatos a governador em 11.
A maioria deles já era do partido. Apenas César Silvestre Filho, pré-candidato no Paraná, e o senador Alessandro Vieira, que vai concorrer ao governo de Sergipe, se filiaram ao PSDB neste ano.
Outros nomes chegaram no ano passado, caso dos governadores Rodrigo Garcia (SP) e Ranolfo Vieira (RS), que assumiram o mandato em definitivo esta semana com as renúncias de Doria e Leite e devem concorrer à reeleição.

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