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Lula vai melhor entre quem recebe Auxílio Brasil e tem medo da Covid, segundo Datafolha

Ricardo Stuckert/ Divulgação
Lula também tem mais aderência entre os que acreditam que armas não tornariam a sociedade brasileira mais segura e entre os que confiam nas urnas eletrônicas  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert/ Divulgação

Publicado em 30/05/2022, às 20h23   Jãlia Barbon/FolhaPress


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A parcela de eleitores que pretende votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito de outubro é maior entre quem recebe o Auxílio Brasil, programa sucessor do Bolsa Família, e entre quem ainda tem medo de se infectar com o coronavírus.

O petista também tem mais aderência entre os que acreditam que armas não tornariam a sociedade brasileira mais segura e entre os que confiam nas urnas eletrônicas. Mesmo assim, cerca de metade de seus apoiadores acha que as Forças Armadas devem participar da contagem dos votos.

Veja abaixo o que pensam as pessoas que têm Lula como sua primeira opção para presidente sobre esses quatro temas: economia, armas, pandemia e urnas. Entenda também seu perfil, em geral mais pobre, mais negro, mais indígena, mais jovem, mais nordestino, menos escolarizado e mais católico.

Os assuntos foram questionados na última pesquisa Datafolha, feita com 2.556 pessoas acima de 16 anos em 181 cidades de todo o país nos dias 25 e 26 de maio. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S.Paulo e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022.

A margem de erro total é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. É importante ponderar, porém, que ela aumenta quando se considera apenas os que votarão em cada candidato. Dentro dessa amostra, são 1.234 a favor de Lula, 693 a favor de Jair Bolsonaro (PL) e 179 a favor de Ciro Gomes (PDT).

1. ECONOMIA
Enquanto 66% dos brasileiros no geral acham que a economia do país piorou nos últimos meses, o número sobe para 84% entre os eleitores de Lula. Quando perguntados sobre a sua própria situação econômica, a comparação também é de 52% para 70%.

As parcelas são muito superiores às dos apoiadores de Bolsonaro e um levemente superiores aos de Ciro. Para pouco mais da metade dos que pretendem votar no petista, a situação econômica do Brasil tem muita influência no voto para presidente.

Um quarto deles recebem ajuda financeira do Auxílio Brasil -patamar também acima dos 12% de Ciro e dos 16% de Bolsonaro, que reformulou e rebatizou o programa de transferência de renda. Três em cada quatro dos beneficiários que apoiam o petista, porém, acham insuficiente o valor, que é de no mínimo R$ 400.

2. ARMAS
Oito em cada dez eleitores de Lula discordam das frases: "a sociedade brasileira seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência", "é preciso facilitar o acesso de pessoas às armas" e "o povo armado jamais será escravizado".

A parcela é maior que a dos apoiadores de Bolsonaro, mas inferior à dos apoiadores de Ciro, que têm uma discordância um pouco mais alta mas ainda dentro das margens de erro.

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3. PANDEMIA
As pessoas que pretendem votar em Lula são as que mais acham que a pandemia está fora de controle no país (17%, contra 10% em Bolsonaro e 6% em Ciro). Quase sete em cada dez delas avaliam o desempenho de Bolsonaro em relação ao tema como ruim ou péssimo.

Consequentemente, os lulistas são os que mais temem se infectar com o coronavírus -75% têm muito ou um pouco de medo. A taxa de vacinação deles, portanto, é maior: 98% declaram que se imunizaram, apesar de apenas 58% terem tomado a dose de reforço. Quase todos os seus eleitores (99%) concordam que o governo federal deveria fornecer a vacina gratuitamente para toda a população em 2023.

4. URNAS ELETRÔNICAS
A pesquisa aponta que 83% dos que pretendem votar em Lula confiam um pouco ou muito nas urnas eletrônicas -contra 58% entre quem tende a escolher Bolsonaro. Por isso, a maioria deles (57%) não acredita na chance de haver fraude nas eleições, como diz o atual presidente.

Apesar disso, a mesma parcela dos adeptos do petista acha que os ataques e ameaças de Bolsonaro devem ser levados a sério pelas instituições do país e cerca de metade (48%) concorda total ou parcialmente que as Forças Armadas devem participar da contagem dos votos.

5. PERFIL
O eleitor de Lula é ligeiramente mais masculino (39% dos homens o citaram como primeira opção espontaneamente, contra 36% das mulheres), apesar de a diferença estar dentro da margem de erro e ser menor do que entre os eleitores de Bolsonaro (de 27% e 18%, respectivamente).

Também é mais jovem: suas intenções de voto são de 43% entre quem tem de 16 a 24 anos e cai para 36% entre idosos acima de 60 anos, ao contrário do rival. O petista é a escolha de quase metade dos estudantes e da maioria dos estagiários e aprendizes.

Costuma angariar mais votos ainda entre quem ganha até dois salários mínimos por mês (44% desse grupo o menciona), entre quem cursou apenas o ensino fundamental (43%) e entre nordestinos (49%). Ele abre vantagem do concorrente entre católicos e pretos, mas indígenas são os que mais destoam, com 59%.

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