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Rádio baiana atacada por hackers bolsonaristas emite nota de repúdio: "política de ódio"

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Ataque hacker aconteceu após acusação bolsonarista de fraude nas inserções de rádio  |   Bnews - Divulgação Foto: Divulgação

Publicado em 27/10/2022, às 08h59   Vinícius Dias


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Uma das rádios baianas atacadas em ação hacker após a acusação feita pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) de ser prejudicada e não ter as inserções enviadas para o horário eleitoral gratuito, a Nordeste FM emitiu nota repudiando o ataque.

A ação atingiu o site da Nordeste FM e de outras rádios do grupo: Paraguaçu FM, de Cachoeira; Santo Amaro FM, de Santo Amaro; e a Rádio Subaé de Feira de Santana. Todas são administradas pelo mesmo servidor de internet, que foi invadido no ataque que aconteceu nas primeiras horas da terça-feira (25).

"A nossa emissora, no ar há mais de 40 anos, sempre fez um jornalismo pautado pela isenção, divulgando notícias sempre após os fatos serem devidamente checados por nossos repórteres e não admite, em hipótese alguma, que o espaço de radiofusão seja utilizado de forma indevida para promover desestabilização social disseminando uma política de ódio que não deve ser minimizada e nem aceita em nenhum espaço de nossa sociedade", diz trecho da nota.

A nota, assinada pelo diretor-presidente da Rede Nordeste de Comunicação, Luiz Pedro Rodrigues Irujo, é finalizada afirmando que as providências para recuperar o controle de acesso das páginas estão sendo tomadas, além das providências legais para que os atos não se repitam.

As rádios baianas que foram alvo de acusação por parte da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL)de não veicular as inserções obrigatórias na propaganda eleitoral, com o objetivo de favorecer o também candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram as ofensivas por parte da equipe do liberal.

O diretor da rádio Extremo Sul, de Itamaraju, Dalvadísio Lima, admitiu ao jornal O Globo que as inserções de Bolsonaro foram menos veiculadas, mas alegou que isso não ocorreu de forma intencional. "Os e-mails e as correspondências que nos foram enviadas foram cumpridas", disse ele.

O programador da emissora, Jean Batatinha de Souza, por sua vez, relatou que o envio das peças por parte da campanha de Bolsonaro é irregular e apontou que veiculou todas as inserções que recebeu da equipe do candidato à reeleição.

Em nota, outra rádio baiana, a Viva Voz, de Várzea da Roça, deu versão semelhante a Extremo Sul. A empresa afirmou que só recebeu as inserções de Bolsonaro no dia 10 de outubro, ao contrário das outras campanhas - incluindo as de governador -, que enviaram no dia 6, véspera do reinício da propaganda eleitoral no segundo turno.

"Recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 06/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10", informa a nota. De acordo com a emissora, o fato pode ser verificado com registros dos e-mails recebidos.

A campanha de Bolsonaro foi procurada para comentar a alegação das rádios, mas não respondeu. Reservadamente, membros da equipe do presidente alegaram que as rádios deveriam ter obtido as inserções em um site disponibilizado pelo Tribunal, que reúne todas as peças dos candidatos.

Em nota, a Corte Eleitoral afirma não ser sua função distribuir o material a ser veiculado no horário gratuito. São as emissoras de rádio e de televisão que devem se planejar para ter acesso às mídias e divulgá-las seguindo as regras estabelecidas em resolução.

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