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Rádios baianas rebatem acusação da campanha de Bolsonaro sobre propaganda eleitoral; confira o que disseram

Alan Santos/PR
Defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou que emissoras deixaram de veicular inserções obrigatórias para favorecer Lula (PT)  |   Bnews - Divulgação Alan Santos/PR

Publicado em 26/10/2022, às 18h52   Cadastrado por Yuri Abreu


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As rádios baianas que foram alvo de acusação por parte da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), de não veicular as inserções obrigatórias na propaganda eleitoral, com o objetivo de favorecer o também candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram as ofensivas por parte da equipe do liberal.

O diretor da rádio Extremo Sul, de Itamaraju, Dalvadísio Lima, admitiu ao jornal O Globo que as inserções de Bolsonaro foram menos veiculadas, mas alegou que isso não ocorreu de forma intencional. "Os e-mails e as correspondências que nos foram enviadas foram cumpridas", disse ele.

O programador da emissora, Jean Batatinha de Souza, por sua vez, relatou que o envio das peças por parte da campanha de Bolsonaro é irregular e apontou que veiculou todas as inserções que recebeu da equipe do candidato à reeleição.

"A campanha do Lula é a única que envia a programação para três dias. Por exemplo: nesta semana, mandou na segunda-feira. Hoje já vão mandar para fechar todos os dias. A do Bolsonaro às vezes mandava dia sim, dia não. E quando manda, manda a programação diária", comentou.

Em nota, outra rádio baiana, a Viva Voz, de Várzea da Roça, deu versão semelhante a Extremo Sul. A empresa afirmou que só recebeu as inserções de Bolsonaro no dia 10 de outubro, ao contrário das outras campanhas - incluindo as de governador -, que enviaram no dia 6, véspera do reinício da propaganda eleitoral no segundo turno.

"Recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 06/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10", informa a nota. De acordo com a emissora, o fato pode ser verificado com registros dos e-mails recebidos.

Responsável por duas das rádios citadas na denúncia enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Sistema Pazzi de Comunicação, que gere as rádios Povo das cidades de Feira de Santana (centro-norte da Bahia) e de Poções (sudoeste) também se manifestou através de nota.

No documento, a empresa disse: "todo o material de campanha recebido das coligações que disputam o pleito, incluindo a do candidato Jair Bolsonaro, foram e são veiculados conforme as determinações do Tribunal Eleitoral, não havendo erros ou omissões nessas veiculações".

Além dos documentos apresentados ao TSE em que acusam as oito rádios, a campanha de Bolsonaro produziu relatórios com o número de inserções de cada candidato em mais de mil rádios nas últimas semanas - nem todas, contudo, veicularam mais peças de Lula.

A campanha de Bolsonaro foi procurada para comentar a alegação das rádios, mas não respondeu. Reservadamente, membros da equipe do presidente alegaram que as rádios deveriam ter obtido as inserções em um site disponibilizado pelo Tribunal, que reúne todas as peças dos candidatos.

Em nota, a Corte Eleitoral afirma não ser sua função distribuir o material a ser veiculado no horário gratuito. São as emissoras de rádio e de televisão que devem se planejar para ter acesso às mídias e divulgá-las seguindo as regras estabelecidas em resolução.

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