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Senador pede pra tirar nome de ruralista de "lista suja"; um mês depois filhos recebem R$600 mil para campanha

Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador, que é ex-líder do governo de Jair Bolsonaro, fez o pedido ao Ministério com base em um termo de ajuste de conduta  |   Bnews - Divulgação Marcos Oliveira/Agência Senado

Publicado em 22/09/2022, às 18h08   Redação BNews



Uma fazenda pertencente ao ruralista Emival Caiada estava em uma “lista suja” do Ministério do Trabalho, por causa de trabalho em condições análogas à escravidão, porém, a pedido do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), diretamente ao ministro do Trabalho José Carlos Oliveira, a fazenda integra mais esse rol.

O senador, que é ex-líder do governo de Jair Bolsonaro, fez o pedido ao Ministério com base em um termo de ajuste de conduta, que, segundo o parlamentar, já havia sido firmado pelo fazendeiro com o Ministério Público do Trabalho, e, inclusive, multas já haviam sido quitadas, e os problemas sanados.

Acontece que um mês depois o ruralista doou R$ 600 mil às campanhas de três filhos do senador, conforme divulgou o colunista Leonardo Sakamoto, do Uol. R$ 250 mil para Miguel Coelho, candidato a governador, R$ 200 mil a Fernando Filho, candidato a deputado federal, e R$ 150 mil a Antônio Coelho, candidato a deputado estadual. O trio é filiado ao União Brasil.

Questionado pelo Uol sobre o ofício, o Ministério afirmou que "há fundamentação legal para retirada técnica (...)não há qualquer ilegalidade na inclusão do nome do empregador".

Sobre as doações feitas, o ruralista alega que conviveu com os filhos do senador por seis meses em Petrolina: "São pessoas extremamente integras (...)uma nova, onde você tem pessoas honestas, dignas e decentes". Já sobre o pedido do parlamentar, ele alega não ter “ciência”, mas que seria "irrelevante", já que “isso já foi resolvido pela Justiça". "Se ele pediu, mais do que justo, tendo em vista que a Justiça já decidiu", concluiu.

Fernando Bezerra, que não se candidata a reeleição, disse que as doações de Caiado à campanha de seus filhos "estão dentro da legalidade". Entretanto, os questionamentos sobre o envio do ofício ao Ministério do Trabalho e Previdência, não foram respondidos pelo parlamentar ao Uol.

Lyra Lygia Cardoso, chefe da Coordenação Nacional de Erradicação do Trabalho Público, explica que "as condutas de ajuste do Ministério do Trabalho têm a função de regularização e asseguram reparações, mas não os termos de remoção dos MP da lista suja ".

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