O clima entre as direções do PT e do PCdoB azedou nos últimos dias devido à falta de entendimento para composição da chapa proporcional em Salvador. O problema maior está na esquadra 'comunista' onde a estratégia eleitoral tutelada pelo presidente estadual da sigla, deputado federal Daniel Almeida, provocou dura reação contrária entre os próprios correligionários, sendo o principal insatisfeito o professor e sindicalista Rui Oliveira, da APLB.
Explica-se: diante do cenário desfavorável, ao menos inicialmente, o presidente teria definido que seria necessário centrar poder de fogo em candidaturas específicas para garantir duas ou três vagas na Câmara, para isso, candidatos com menor densidade eleitoral deveriam retirar a candidatura e apoiar determinadas figuras que têm, em tese, condições de disputar o coeficiente eleitoral com petistas e pessedistas.
O problema é que na conta atribuída ao presidente há uma inconsistência de critério e estaria a serviço de Gavião, aliado de Almeida por quem, inclusive, o parlamentar travou uma batalha dentro da secretaria de Trabalho chefiada por Álvaro Gomes.
Rui Oliveira discordou dos termos e bateu pé para manter a candidatura e o impasse se instalou. A consequência atinge diretamente os postulantes petistas, pois sem o registro não existe CNPJ e sem CNPJ não se pode partir para o campo em busca de votos.
O PT chegou a abrir três vagas para que os comunistas ocupassem o espaço. Longe de ser um ato de altruísmo, a medida é também tática. Já que os nomes do PCdoB alijados do processo devem ter um quantitativo de votos importante para ampliar as cadeiras da coligação, mas inferior ao de alguns postulantes petistas. Isso quer dizer que eles ajudariam a eleger postulantes do PT e o risco é de ter menos comunistas na próxima legislatura.
Eis aí o nó que precisa ser desatado e para isso uma força tarefa se reúne nesta quinta pela manhã. A ideia é inscrever a chapa na sexta.
O Bocão News tentou contato com o deputado federal Daniel Almeida, porém não obteve sucesso.
