Eleições

Com crise de imagem, candidatos do PT na Bahia ‘escondem’ símbolos do partido

Publicado em 26/08/2016, às 12h25   Alexandre Galvão


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Passando por sua maior crise de imagem, o PT mantém candidaturas em grandes cidades da Bahia. Os seus candidatos, no entanto, nem sempre mostram os principais símbolos da legenda: a estrela e as cores vermelhas.
Candidato em Camaçari, Luiz Caetano tem apostado em diversas cores e formas geométricas para ilustrar a sua campanha. De acordo com ele, que é deputado federal, a campanha é “multicolorida e diversificada” e, por isso, não foca nos símbolos do PT. 
“Nós temos o vermelho, que representa a luta. O lilás, que representa a luta das mulheres, e temos até azuis, insatisfeitos, quem sabe...  Porque acreditamos na diversidade, principalmente, de ideias”, afirmou, ao Bocão News. 
A situação de Caetano, porém, não é única. Em Alagoinhas, o deputado estadual Joseildo Ramos tenta seu terceiro mandato à frente do Executivo da cidade. 
A campanha, em vídeos, até traz a bandeira do PT, mas nas peças nas redes sociais o foco é a imagem do candidato e o número 13. Em entrevista ao Bocão News, Ramos negou esteja “escondendo” os signos da legenda. 
“Só posso ter orgulho de ser do PT. Tenho orgulho de ser do partido. Existe um respeito muito grande aqui do nosso partido, das grandes transformações que fizemos”, indicou. 
Segundo o parlamentar, a sua imagem já está associada ao PT. “A minha vida é tão dentro do PT, nunca pertenci a outro partido. O PT só fez bem aqui na cidade. Eu fui prefeito por 8 anos, trabalhei com a cartilha do partido”, lembrou. 
Segunda maior cidade da Bahia, Feira de Santana também tem um candidato do Partidos dos Trabalhadores: o deputado estadual Zé Neto. Nas peças no Facebook, Neto – que concorre pela terceira vez ao Executivo Feirense – apela para o verde e vermelho. Novamente, a estrela do PT, principal símbolo do partido, não é encontrada em peças. 
Candidato em Itabuna, Geraldo Simões também não usa a estrela do partido nas suas peças. Assim como Zé Raimundo, em Vitória da Conquista, que "envolveu" o 13 no azul, amarelo e verde. Em Ilhéus, Carmelita aparece sem “praguinha” do PT nas fotos, enquanto seu vice, Mário Amorim, ostenta os símbolos do partido no peito. 
CONTRA-MÃO – no comando de Pintadas há quase 20 anos – com alternância de candidatos – Neusa Cadore faz questão de usar os símbolos da legenda na campanha. “Isso é convicção mesmo. Precisamos reafirmar a contribuição do partido, reafirmar que, para a gente, numa cidade pequena, muito do que a gente conseguiu foi com o governo federal e estadual. A nossa juventude que foi para a universidade, é um momento de reafirmar debates e políticas públicas. Isso é inegável. Isso tudo fez diferença na vida das pessoas”, indicou. 
Para ela, ser identificada como petista não tira votos. “Temos um histórico de 20 anos na cidade e fizemos muitas ações, demos uma contribuição muito clara”, afirmou. 
Candidato em Jacobina, Amauri Teixeira critica os colegas petistas que “escondem” o partido. “Eu acho ruim, as vezes me criticam pois eu uso demais. Eu digo que o candidato tem que se mostrar como é. Não podemos mentir para o eleitor, isso eu não quero de jeito nenhum”, criticou. 
Para ele, mostrar que é do partido em um momento de crise é afirmar que não está na legenda só pelo interesse. “. Estamos desde o começo no partido. Temos críticas ao PT, mas não é na hora da eleição que vai mudar. A gente entende que não há outro partido no brasil tenha condições de fazer as mudanças que fazemos”, explicou.
Além de Neusa e Teixeira, em Cruz das Almas, Orlandinho também aderiu aos símbolos do partido, assim como Assis, em Coité.
Publicada no dia 25 de agosto de 2016, às  17h22

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