Eleições

Há uma parcela dos eleitores de Bolsonaro que não o conhece, avalia historiador

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Segundo o especialista, boa parte das pessoas desconhecem o capitão reformado  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 08/10/2018, às 12h16   Guilherme Reis


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Para o historiador político Carlos Zacarias, o principal desafio de Fernando Haddad (PT) para o segundo turno será atrair os votos dos eleitores que se abstiveram no primeiro (29,9 milhões) e também de parte dos que votaram em Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o especialista, boa parte das pessoas desconhecem o capitão reformado. 

“A estratégia é tanto atrair os que se abstiveram e também atrair os eleitores de Bolsonaro. Para o PT isso é mais fácil do que o contrário. Há uma parcela dos eleitores de Bolsonaro que não conhecem Bolsonaro, e votaram apenas por conta da expectativa de haver um país com armas, mais prisões... Foi o que se chama de efeito manada. E também o anti-petismo reforçado pela delação de Palocci”, avaliou.

Além disso, Zacarias acredita que o aceno do PT ao centro será importante, o que já vem ocorrendo. “As pesquisas já indicam que uma parte dos eleitores de Alckmin migram para Haddad. O PT vai se articular e buscar conversar com FHC e Jereissati. Mas não acho que o PSDB venha em bloco, vai se dividir. Não é verdade que haja polarização de extremos. O PT não é extrema-esquerda, o PT nunca governou sem o centro. E pagou um preço alto por esses acordos todos. Por outro lado, vai ser difícil ele se manter como anti-político, já que muitos partidos vão apoiá-lo”, pontua.

Ainda de acordo com o historiador, a maior surpresa no primeiro turno foi o encolhimento de Marina Silva (Rede), que teve apenas 1% dos votos. “O que me parece é que houve um voto útil a Bolsonaro, principalmente”, diz.

Bahia 

Zacarias afirma ainda que a surpresa para a Bahia foi a vitória de Angelo Coronel (PSD) para o Senado. “É uma demonstração de que a dobradinha feita por Rui Costa deu certo. E que muitos eleitores do PT resolveram votar nele para que Irmão Lázaro não fosse eleito. São claramente votos úteis”, acrescenta.

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