Eleições

Ausência de Rui, ataque a ACM e trajetória de vida marcam 1° dia de programa eleitoral

Montagem/BNews
No geral, prefeituráveis focaram em se apresentar ao eleitores  |   Bnews - Divulgação Montagem/BNews

Publicado em 09/10/2020, às 13h57   Luiz Felipe Fernandez


FacebookTwitterWhatsApp

No primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita na TV e rádio, os candidatos à Prefeitura de Salvador focaram em se apresentar aos eleitores e enaltecer a própria trajetória política. Nada fora do comum, exceto a ofensiva de Olívia Santana a ACM avô e a ausência de Rui Costa (PT) na peça de Major Dencie.

Postulante do DEM e favorito a dar continuidade à gestão de ACM Neto, Bruno Reis aproveitou para criar uma identificação maior com o "povão". Ao som de um "pagodão", falou da infância e da perda precoce dos pais. A presença do atual prefeito na peça foi constante, com discurso contundente e depositando a confiança no amigo, que foi secretário de Infraestutura e Obras e vice-prefeito.

A estratégia foi mostrar as realizações de ACM Neto ao longo dos 8 anos e apostar no prosseguimento do seu trabalho, desta vez pelo mandato de Bruno. A vice na chapa, Ana Paula Matos (PDT) também faz elogios ao postulante e comenta a proximidade entre os dois desde os tempos em que foram colegas na Ufba. A pedetista é vista como uma pessoa de extrema confiança do democrata.

Além do protagonismo de ACM, nos 4 minutos de vídeo chamou atenção também a emoção de Bruno Reis no seu discursos. Com voz embargada, relembrou as dificuldades vividas na infância, que segundo ele o credibilizam como candidato. "Resiliência" e "força" foram algumas das qualidades citadas.

Com apenas 18 segundos, Celsinho Cotrim apelou para a alta no desemprego, impulsionada pela crise sanitária causada pela Covid-19. Ele destacou a criação do SIMM, no governo de João Henrique, quando ajudou na formação do programa que teria empregado 26 mil pessoas. "Vou tirar Salvador dessa situação, como tirei em 2004", prometeu.

Com uma animação bem feita, Olívia Santana (PCdoB) reservou boa parte do seu 1'10 para contar a história da sua infância, que já tinha sido explorada no debate eleitoral da Band. Ela relembrou o despejo sofrido quando morava em Ondina e fez questão de destacar que ocorreu no governo de ACM, avô do atual prefeito do DEM. 

Já no programa transmitido no rádio, a deputada cutucou os adversários, inclusive Denice. "Tem candidato que tem experiência e não tem sensibilidade e tem aqueles que tem sensibilidade, mas não tem experiência", disse Olívia, lembrando a sua passagem por secretarias do município e estado.

A chapa Avante-PSD, encabeçada por Pastor Isidório e Eleusa Coronel, teve pouco mais de 1 minuto e usou o tempo para divulgar o trabalho do religioso na Fundação Dr. Jesus, comunidade terapêutica para dependentes químicos. A vice aparece por pouco tempo e repete o slogan da campanha e nome da coligação "Vamos Cuidar de Gente".

Com o argumento de que neste primeiro momento dispensaria uma "superprodução", Denice apostou no intimismo e em se apresentar para aqueles que ainda não a conhecem. Aparentemente de casa, tentou usar a simpatia e se apoiou na criação da Ronda Maria da Penha, a sua principal aposta para capitalizar votos. 

Major Denice falou sobre o seu história na Polícia Militar, onde ingressou aos 18 anos e permaneceu por 30 anos. A aposta no perfil militar divide a opinião de petistas e setores da esquerda, mas inevitavalmente este aspecto será explorado na campanha. 

O que surpreendeu foi a ausência da figura do governador Rui Costa (PT), principal cabo eleitoral e com alto índice de aprovação na capital baiana. A peça também mostra que o PT não pretende mais usar o vermelho com cor principal da campanha, trazendo outra paleta de cores, possivelmente como uma forma de desassociar a imagem carregada do partido nos últimos anos.

Com 35 segundos, a propaganda do deputado Bacelar, postulante do Podemos, se resumiu a contar o currículo do ex-secretário de Educação, que foi vereador por quatro mandatos na capital, passando pela presidência da Câmara. Agora, o desejo do parlamentar é "colocar toda a sua experiência" à disposição dos soteropolitanos.

Outro fato que chamou a atenção foi a ausência de Hilton Coelho (PSOL), que pela coligação com UP e PCB teria ao menos 21 segundos para divulgar a sua candidatura, o que não aconteceu na TV. No rádio, destacou o objetivo de fazer um mandato de "resistência" e aposto novamente no conhecido jingle interpretado pelo rei do reggae no Brasil, Edson Gomes. Nenhuma novidade.

Pelos critérios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos Cezar Leite (PROS) e Rodrigo Oliveira (PCO) não tem tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp