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Enquanto existir racismo vai existir o Ilê Aiyê, diz diretora do bloco

Publicado em 23/01/2015, às 13h13   Amanda Sant'ana (Twitter: @amandasmota)



Neste sábado (24), a Senzala do Barro Preto, no Curuzu, em Salvador, será palco de mais uma edição da Noite da Beleza Negra, a mais importante e disputada festa realizada pelo Bloco Afro Ilê Aiyê. O evento celebra o tradicional concurso Deusa do Ébano, que escolhe a nova rainha do bloco para desfilar com o Ilê no Carnaval. Para animar a festa, marcarão presença a Band’Aiyê, Lazzo Matumbi e o jamaicano Dr. Norris Weir, a partir das 21h, com a promessa de mais surpresas. 
Em sua 36ª edição, a Noite da Beleza Negra ganhará ares de um desfile de moda para evidenciar a beleza da mulher negra, representada pelas 15 finalistas do concurso selecionadas entre as quase 60 inscritas este ano. Pela primeira vez, as candidatas serão apresentadas ao público em trajes casuais, em um desfile virtual produzido pelo Mundo Fashion Baiano, que dará início ao espetáculo, com a direção artística assinada pelo consagrado Elísio Lopes Júnior.
De acordo com o membro da diretoria do Ilê Aiyê, Arany Santana, a edição para a escolha da rainha negra a cada ano está cada vez melhor: “enquanto existir racismo nesse país vai existir o Ilê Aiyê realizando esse concurso, fazendo existir a beleza negra no país, mostrando que beleza não tem cor e que o negro tem seus valores. Ele não mede tamanho do corpo nem cor dos olhos. Ele mede o conhecimento ancestral, uma cultura, o orgulho de uma raça, um conjunto de tudo”, disse.
Dizer que o concurso para Deusa do Ébano fará uma homenagem à mulher negra pode parecer um pouco óbvio, mas a proposta, este ano, é destacar não só a beleza das candidatas, mas dar visibilidade às conquistas sociais e culturais alcançadas pelas mulheres negras no Brasil. Para isso, as etapas do concurso ganharão belas performances de dança que irão homenagear três personalidades que representam parte dessas conquistas. As coreografias são assinadas por Zebrinha, coreógrafo do Balé Folclórico da Bahia: “para esse tipo de seleção é preciso ter um corpo de jurados que entenda que uma negra de epiderme mais escura não é inferior à mais clara, e que tudo isso é raça negra”, lembrou Arany. 
E para deixar as candidatas ainda mais bonitas, Arany deu destaque a Deti Lima, diretora da entidade e responsável por arrumar e preparar o conjunto externo das quinze candidatas: “Ela faz isso já há 41 anos, fazendo com que hoje a beleza negra tenha uma concepção ampla, acompanhado a modernidade e trazendo também outras linguagens artísticas”, garantiu.

Classificação Indicativa: Livre

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