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Em concorrência ao YouTube, empresa lança primeira plataforma exclusiva de lives no Brasil; BNews conversou com o criador

Reprodução / YouTube
O projeto promete melhorar a monetização dos artistas com as transmissões, que poderão ser pagas e com maior liberdade de propaganda   |   Bnews - Divulgação Reprodução / YouTube

Publicado em 07/05/2020, às 10h47   Tiago Di Araujo


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Em tempos de quarentena devido à pandemia do coronavírus, a grande distração dos brasileiros atualmente acabou se tornando as lives de diversos artistas. Com a proibição para realização de shows, cantores e bandas estão fazendo shows ao vivo, principalmente através do YouTube, para matar a saudade dos fãs e conseguir receita diante da falta dos cachês com os eventos.

No entanto, depois de algumas transmissões, alguns artistas se mostraram insatisfeitos com as novas regras impostas pelo YouTube, bastante rígidas por sinal, envolvendo propaganda, exibição de marcas, monetização e direitos autorais. Diante disso, surgiu a ideia, por parte de um grupo de cantores, de fazer a própria plataforma ou aplicativo para transmitirem as próprias lives.

Porém, a primeira plataforma exclusiva para shows ao vivo já está no ar. Trata-se da Central dos Eventos, empresa que atua no segmento de tecnologia e soluções para área de eventos, dos sócios Philippe Xavier e Júlio Ramos, que logo destacam: "não temos aquelas regrinhas do YouTube, que podem atrapalhar e até derrubar a live".

Em conversa com a reportagem do BNews, Ramos deu detalhes sobre o funcionamento do projeto, que promete melhorar a monetização dos artistas com as transmissões. "Além de reunir as principais lives do Brasil de forma gratuita para o público, podemos transmitir shows musicais, espetáculos de teatro e dança, cursos, congressos, seminários, workshops e quaisquer outras iniciativas que possam ser feitas por meio de lives".

"Nunca imaginamos mexer com live, mas tivemos que nos reinventarmos e em 15 dias a gente criou essa plataforma nossa de live, pelas soluções que a gente já tinha, a gente integrou tudo. O mercado está mudando. Se você me perguntasse isso há um ano, eu não acreditava. Hoje eu acredito e muito. E a ideia nossa também é transmitir os shows, os festivais, talvez a pessoa não conseguiu ir, poder assistir ao vivo através da nossa plataforma. Então, não é só nesse momento, é um produto que veio pra ficar", afirma.

Mas, um dos grandes diferenciais da plataforma diante do YouTube, o principal concorrente no momento, é a possibilidade da cobrança de "ingressos". Segundo o diretor da empresa, é uma forma de ajudar os artistas a gerar receita nesse período. "Os produtores estão se adaptando a esse novo modelo. Na verdade, os artistas, pelo tempo que estão parado, estão vendo uma forma de gerar uma receita para eles. Como no YouTube eles não conseguem gerar receita, somente através de patrocinadores, a gente lançou nossa plataforma que vai ser uma forma deles conseguirem uma renda extra, vendendo acesso, vendendo assinatura para as lives", explica ao destacar que o pagamento dos acessos será realizado via cartões de crédito. "Se quiser, pode deixar liberado mesmo", completa.

Questionado sobre a possibilidade de criar uma recusa do internauta por causa da cobrança, Ramos acredita que depende dos valores que serão cobrados, valores esses que serão definidos pelo artista. "Se for um valor justo, que vai ser decidido pelo produtor, pelo empresário, pelo artista, eu acredito que não vai ter recusa não. A partir da hora que os clientes pagarem por uma live, o grau de exigência vai ser maior. Então, os empresários e artistas vão ter que investir um pouco mais. Então, acredito que o que vai acontecer é o internauta ter um grau de exigência maior com aquela live. Eu acredito que se cobrar um valor justo não tenha recusa".

Tendo a cobrança feita pelo contratante da plataforma, o lucro da empresa será calculado em cima da receita obtida na live. "Em cima da receita que o artista tiver, a plataforma fica com 20% e o artista com 80%. Caso o artista tenha um volume grande de lives e um valor maior de receita, é tudo negociável". Conforme a empresa, os valores arrecadados com a transmissão será repassada ao contratante em até três dias.

O diretor destacou que um projeto já existente na empresa facilitou a implantação da plataforma de forma rápida, o que coincidiu com a polêmica entre os artistas e o YouTube. "Essa plataforma nossa tem mais de cinco anos que a gente vem construindo ela e a gente tem desenvolvimento próprio nosso, tecnologia própria nossa. Então, foi um pouco mais fácil pra gente conseguir desenvolver essa questão das lives. Porque quem tiver que construir um projeto do zero, vai demorar bastante. A gente já tinha várias coisas prontas, a plataforma bem robusta, as formas de pagamento".

Apesar da plataforma já ser uma relidade e contar com estrutura para transmissão, sem limites de acessos simultâneos, a primeira live ainda não tem data para acontecer. "Depende mais dos produtores do que da gente. Os produtores estão se adaptando a esse novo modelo. Estamos em negociação para várias lives e com grandes artistas", garante Ramos ao BNews. "A gente lançou essa semana e os produtores ainda estão se organizando com esse novo modelo", conclui. A programação de lives poderá ser conferida diretamente no site da plataforma.

Além dos pontos citados acima, no material de divulgação da empresa também são destacados alguns diferenciais, como por exemplo:

- Live personalizada: uma página personalizada do artista ou empresa para que o público assista em ambiente característico;
- Sem transmissões fakes: cada usuário terá um código que permite a identificação de reprodução da live em outra plataforma;
- QR code para doação: as doações poderão  ser feitas dentro da própria plataforma;
- relatório de doações: será exibido um detalhamento de todas as doações feitas pelo público durante a live;
- relatório de acessos: os artistas e empresas terão detalhamento de acessos simultâneos na live e acessos total de toda transmissão;
- sorteio de brindes: a plataforma vai disponibilizar código exclusivo que poderá ser utilizado para sorteios dentro da live;
- chat ao vivo: cada live terá uma sala de bate-papo para interação entre as pessoas que estiveram assistindo a live;
- Atualmente está disponível somente para plataforma WEB, podendo ser transmitido pelo celular e compartilhado para TV ou assistir diretamente nela. Em breve disponibilizaremos o nosso aplicativo.
- O tempo máximo de uma live é de 6 horas.

Classificação Indicativa: Livre

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