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Após relativizar caso Mariana Ferrer, Rodrigo Constantino tem mais dois contratos rescindidos

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Após ser demitido da Jovem Pan e da Record, comentarista teve seu contrato rescindido com o Correio do Povo e a Rádio Guaíba  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter

Publicado em 05/11/2020, às 18h29   Redação BNews


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O comentarista Rodrigo Constantino foi demitido de mais dois veículos após ter relativizado o caso da influenciadora Mariana Ferrer durante transmissão ao vivo na Jovem Pan. Constantino afirmou que denunciaria os estupradores de uma filha sua dependendo da postura da garota. Após a repercussão de sua declaração, a Jovem Pan e a Record anunciaram sua demissão, nesta quinta-feira (5), o jornal Correio do Povo e a Rádio Guaíba anunciaram que rescindiram o contrato com o comentarista. 

"Se ela chegar em casa algum dia e disser: 'Pai, fui estuprada'. [Eu diria] Me dá as circunstância. 'Fui para um festinha, eu e as minhas amigas, tinham 18 homens e nós bebemos muito e... eu estava ficando com dois caras. Acabei dormindo lá e fui abusada'. Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses para a polícia", afirmou Constantino na quarta-feira (4).

Para o colunista, a postura hipotética descrita seria condenável e lamentou que não se possa mais dizer que existe "mulher decente ou piranha". Após a recepção negativa do que disse, no Twitter, Constantino disse que sua fala foi distorcida e que a Jovem Pan não aguentou a pressão que sofreu nas redes em virtude do episódio.

"O jornalismo dos veículos do Grupo Record tem acompanhado com muita atenção o caso de Mariana Ferrer e o Grupo não poderia, neste momento, deixar qualquer dúvida de que justiça não se faz responsabilizando ou acusando aqueles que foram vítimas de um crime [...] Apesar de ter garantias de liberdade editorial e de opinião, julgamos que o posicionamento adotado por Constantino não compactuou com o nosso princípio de não aceitar nenhum tipo de agressão, violência, abuso, discriminação por questões de gênero, raça, religião ou condição econômica", diz um trecho da nota emitido pela emissora.

Caso Mariana Ferrer 

No depoimento dado à polícia, Mariana Ferrer disse que teve um lapso de memória entre o momento em que é puxada por uma amiga e a hora que desce de uma escada, seguida por André Camargo Aranha, acusado de ser o autor do estupro contra a influenciadora em 2018.

A defesa dele alegou que, na verdade, o caso se tratou de um ‘estupro culposo’, quando não há a intenção de se cometer a infração penal, crime que sequer existe na legislação brasileira.

O exame feito por Mariana mostra que ela era virgem e comprova que havia material genético do empresário no corpo da jovem. O processo também considerou como provas as mensagens desconexas que Mariana enviou a amigos. Um vídeo mostra que os dois sobem uma escala juntos às 22h25 e, seis minutos depois, descem.

O primeiro promotor responsável pelo caso, Alexandre Piazza, em julho de 2019, denunciou André de Camargo Aranha por estupro de vulnerável e pediu a prisão preventiva do homem. O pedido foi acatado pela justiça, mas a defesa conseguiu derrubar a medida com uma liminar.

Piazza deixou o caso e quem assumiu foi Thiago Carriço de Oliveira, que foi o responsável pela tese de “estupro sem intenção”. O argumento dele é que os exames toxicológicos não mostram álcool ou drogas no sangue de Mariana. Além disso, com base em imagens de outras câmeras, ele afirma que ela parecia sóbria ao sair do Café de la Musique para tentar encontrar amigas em outro local.

Contradições e decisão

Em maio de 2019, André Aranha havia dito à Justiça que não teve contato com Mariana, sendo que, neste ano, mudou a versão e afirmou que fez sexo oral nela. O empresário ainda afirmou que foi Mariana quem se aproximou dele, relatando também que ela pediu para ir ao banheiro e foi quando os dois subiram as escadas. Ele teria feito sexo oral nela e, por decisão dele, foram embora.

A decisão foi tomada em primeira instância e, assim, é possível que os dois lados interponham recursos. O The Intercept Brasil entrou em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina, que chamou Cláudio Gastão da Rosa Filho para prestar esclarecimentos sobre a postura durante a audiência.

No entanto, o processo corre em segredo de justiça, por isso, não poderiam dar mais informações. O advogado não quis comentar o caso e falou em “indagações descontextualizadas”.

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