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Sexta-feira 13: Psicóloga explica que superstições em excesso podem atrapalhar o dia a dia

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Leitores contam suas superstições para a data considerada azarada  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 13/11/2020, às 18h01   Brenda Viana


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Sexta-feira 13, dia do azar. Para algumas pessoas, só de lembrar a data começam a rezar, batem três vezes na madeira, não pegam elevador para o 13º andar, muito menos passam na frente de um espelho quebrado, é azar na hora, ou melhor, sete anos de puro atraso de vida, como os mais velhos falam.

Esta data tão comentada teve sua origem ainda na última ceia de Jesus, em uma quinta-feira, onde Ele reuniu seus 12 discípulos, totalizando 13 pessoas à mesa, mas, entre eles, havia o traidor Judas. No dia seguinte, Jesus morreu e era uma sexta-feira. Vale lembrar, também, que no cristianismo, o número 13 é apontado como o número da ‘besta’, afirmando isto no livro de Apocalipse. Adão e Eva morreram em uma sexta após comerem o fruto proibido.

É fato que, como passar do tempo, outras histórias envolvendo a data do azar foram sendo formadas. Porém, mesmo com tantas versões, muitas pessoas permanecem fazendo a sua fé e superstições para que nada de errado aconteça. Este é o caso de Ananda Paz, de 21 anos. A estudante de enfermagem afirma que não passa por baixo de escada, sai de casa com o pé direito, além de colocar uma cruz na porta do apartamento. “Minha mãe é espírita, então na data, ela não gosta de ouvir falar sobre coisas relacionadas a isso. Aqui em casa vemos muitos vultos e ela prefere não falar’, comentou. 

Matheus dos Anjos, 21, disse que lembrou durante a madrugada que seria sexta 13 e que passou uma noite ruim. “Fui dormir com isso na cabeça. Então, a primeira coisa que eu fiz foi acordar com o pé direito, ainda mais que é considerado um dia de azar. ”

Durante a entrevista, a unanimidade das respostas foi não querer ver um gato preto no dia, pois, segundo a mitologia, traz azar. Talissa Oliveira, 21, é enfática em relação ao animal: “para mim, já acabou o meu dia e tudo vai dar errado”.


A psicologia explica que esses comportamentos podem estar relacionados ao modo em que as pessoas pensam, como se fosse padrões já estabelecidos. Quando uma crença, na mente humana, não funciona ou não se torna realidade, a pessoa pode sentir revolta, tristeza e ter problemas psicológicos. 

A psicóloga Luana Pereira explica que essas superstições podem afetar o comportamento das pessoas em seu dia a dia, principalmente, se mudar algo em suas atitudes com receio que algo aconteça. “Essas modificações não necessariamente trazem prejuízos, depende do que a pessoa faça por causa dessa crença. Caso o comportamento supersticioso seja muito intenso, a pessoa pode passar por um processo de ruminação de pensamentos que ocasiona prejuízos à saúde mental/emocional, e, neste caso, seria interessante buscar ajuda para lidar com esses comportamentos”, comentou. 

Luana fala que, apesar das superstições, caso não haja prejuízo na vida, a pessoa pode estar apenas vivenciando suas crenças e cita um exemplo “se eu acredito que sexta-feira 13 é um dia de azar e algo pode acontecer comigo, eu posso evitar sair de casa e, com isso, perder a oportunidade de me reunir com pessoas que eu gosto, por exemplo”. 

Ela ainda diz que é importante reiterar que associar a data como ruim à cor preta, também pode ser um manifesto de racismo histórico, ainda mais que hoje em dia o preconceito está evidente. “Reforça estereótipos de que preto é sinônimo de coisas ruins. Seria interessante, portanto, compreendermos também essa associação e ressignificar essa superstição”, finalizou.


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