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Estilistas baianos avaliam cultura do cancelamento digital na estreia do podcast 'Mic Aberto'

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Hisan Silva e Pedro Batalha, da marca Dendezeiro, foram os convidados desta quinta-feira (02)  |   Bnews - Divulgação Reprodução | Redes Sociais

Publicado em 02/12/2021, às 22h11 - Atualizado às 22h26   Maiara Lopes


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Os estilistas baianos Hisan Silva e Pedro Batalha, da marca Dendezeiro, foram os convidados nesta quinta-feira (02), do podcast 'Mic Aberto', apresentado pelos jornalistas Diego Vieira e Yasmin Barreto no canal do BNews do Youtube. No bate-papo, os artistas falaram sobre a trajetória no mundo da moda, as principais dificuldades enfrentadas, além de abordar a polêmica 'cultura do cancelamento' nas redes sociais.

Hisan Silva iniciou comentando sua relação com as mídias digitais e revelou que o twitter virou seu maior medo, após se ver envolvido em um grande debate controverso por conta de um simples comentário. "Outro dia eu escrevi uma coisinha sobre o Afropunk e sai. De repente, quando eu voltei, aquilo tinha virado uma 'bola de neve' e ganhado uma proporção enorme. Fiquei extremamente assustado!”, revelou.

Sobre as principais dificuldades, eles confessaram que, pela marca ser de origem nordestina, foram muito desacreditados início, já que os grandes polos da moda no país estão localizados no Sul e Sudeste. "Nossa inspiração e essência sempre foi aqui na Bahia. Mas, as pessoas têm isso de acreditar que aqui no Nordeste a gente não se movimenta, que estamos sempre parados. Temos que descontruir a ideia de que é preciso sair de Salvador para que as coisas aconteçam", defendeu Hisam.

Outro ponto abordado foi a ausência de representatividade negra em posições de destaque e o processo de desconstrução que isso envolve. "A sociedade não está acostumada com o protagonismo de pessoas pretas. Isso incomoda. E nossa marca traz outra perspectiva. Fala de diversidade tanto no protagonismo, quanto na forma de vestir", destacou Pedro.

A dupla faz questão de destacar que, mesmo com pouco tempo de vida, a Dendezeiro tornou-se reflexo de personalidade: além das coleções que criam, eles também querem usar seu trabalho e espaços para movimentar a cena criativa do Nordeste. "A gente vê a Dendezeiro como algo maior do que uma marca de roupas, um projeto multicultural. Graças a Deus essa inquietação vem trazendo resultados e a nossa mensagem conseguiu ser passada".

A noite de estreia contou ainda com um convidado super especial, o humorista Lelo Filho, da Cia Baiana de Patifaria, famosa por espetáculos como A Bofetada e Siricotico. Recentemente, Lelo usou suas redes sociais para anunciar o fim das atividades do grupo após 35 anos de atividades. Na conversa, ele não se esquivou ao comentar os motivos que o levaram a tomar essa difícil decisão. "A pandemia foi o empurrão que faltava para que tivéssemos que chegar a essa decisão. É um acúmulo de dívidas. Foram quase dois anos parados, sem arrecadação, sem bilheteria, sem trabalho. Fiquei em uma situação extremamente delicada", disse.

Confira a entrevista na íntegra:

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