Entretenimento

Tirulipa pede desculpas por usar peruca rastafári associada à figura de ambulante em live; veja vídeo

Reprodução / YouTube
O adereço foi usado pelo humorista durante a live de Wesley Safadão e Bell Marques no último final de semana   |   Bnews - Divulgação Reprodução / YouTube

Publicado em 29/07/2020, às 08h10   Tiago Di Araujo


FacebookTwitterWhatsApp

Tirulipa decidiu se desculpar por ter usado uma peruca rastafári durante sua participação na live de Wesley Safadão e Bell Marques, no último final de semana. O humorista contou que tinha a intenção de homenagear os vendedores, mas que não tinha conhecimento sobre a representação do adereço utilizado.

"Queria aqui pedir desculpas por ter usado a peruca do rastafári na minha homenagem aos ambulantes, eu não tinha conhecimento sobre o que esse adereço poderia representar nesse contexto. Agradeço ao Alex, da Bahia, por ter me ensinado um pouco mais sobre essa discussão. É muito importante poder contar com pessoas boas e que te ajudam a aprender cada vez mais. Alex, estamos juntos, um abraço aí meu irmão. Só assim, com abertura para o diálogo, a gente consegue melhorar enquanto sociedade. Estamos juntos. Um abraço".

O alerta foi feito pelo professor e militante Alex da Bahia, a quem Tirulipa agradece publicamente pelo esclarecimento. Em seu perfil, Alex chegou a acusar a homenagem de racismo e descreveu a atitude como "racismo multifacetado" e de "retrato dos afrodescendentes na mídia de massa".

Interpretações sobre os retratos dos afrodescendentes na mídia de massa: O racismo é multifacetado, não tira ferias e pode estar nas mínimas coisas aparentemente despretensiosas... Ser homem negro no Brasil é conviver com uma série de estereótipos, que envolvem gênero, raça e classe social. Não somos o padrão de beleza, nem o padrão de racionalidade e muito menos o padrão de homem de família ou de homens bem sucedidos, na representação do vendendo informal tinha que colocar uma peruca de cabelo rastafári pra associar ao ambulante, o valor do trabalho não são aferidos pela ação braçal ou pelo capital intelectual, mas pela relevância a sociedade, não é demérito ser trabalhador informal, o problema é sempre a construção do papel que é destinado aos trabalhadores negros na mídia estereótipos como porteiros, motoristas, secretários ou empregadas domésticas. Muito raramente associa-se um negro com algum papel de destaque ou protagonista, na live do Fortal não seria diferente. *Rastafári ou Rastafarianismo é um movimento religioso judaico-cristão surgido na Jamaica, na década de 1930, entre negros camponeses descendentes de africanos escravizados. #skol #fortaleza #fortal #Racismo #racismoNÃO #RACISTASNÃOPASSARÃO #bellmarques #wesleysafadão #bateriamoura

Uma publicação compartilhada por Alex da Bahia (@alexdabahia) em

"O blackface é uma prática que tem pelo menos 200 anos. Acredita-se que ela tenha se iniciado por volta de 1830 em Nova York. Depois de quase 200 anos @tirullipa ainda consegue encontrar humor nessa prática! Ridículo".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp