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VÍDEO: Influencer desabafa após ser filmada nua em clínica: 'nunca imaginei que ela faria isso'

Reprodução / Instagram
Dona da clínica, denunciada por gravações, negou o crime, afirmou que teve o celular hackeado e que foi vítima de extorsão. Polícia investiga o caso.  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Instagram
Juliana Barbosa

por Juliana Barbosa

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Publicado em 14/12/2023, às 08h04



Uma clínica de estética em Fortaleza, no Ceará, foi abalada por um escândalo envolvendo filmagens não consentidas das clientes pela proprietária do estabelecimento, Val Silveira, no bairro Messejana. Essas imagens foram indevidamente compartilhadas na web, gerando uma denúncia pública e muita polêmica.

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O caso veio à tona na segunda-feira (11), quando os perfis nas redes sociais ligados a Val começaram a divulgar fotos de diversas clientes, todas com tarjas, convidando as vítimas a enviar mensagens para acessar o conteúdo completo das gravações.

reprodução instagram
Clientes de clínica de estética denunciam ter sido gravadas nuas ou seminuas sem autorização — Foto: Reprodução stories/instagram

A influenciadora Beth Campêlo, cliente fiel da clínica há quatro anos, expressou sua indignação nos stories do instagram, detalhando como se tornou uma das vítimas: "Era o meu momento de relaxar e eu nunca imaginei que a Val faria isso, nunca mesmo, nunca imaginei. Teve um momento que eu meio que notei (que Val filmava), aí ela já meio que justificou: ‘Amiga, eu bati só uma foto para acompanhar teu resultado’."

Campêlo revelou que Val a filmava disfarçadamente, a fazendo acreditar que estava apenas trocando áudios: "Ela fingia que estava mandando áudio. No meu vídeo eu chego bem perto dela e falo: 'Amiga, olha esse meu sinal'. Não tinha como a gente saber que ela estava gravando a gente”, desabafou Beth.

“Alguém roubou o Instagram dela, e a pessoa primeiro postou uns textos dizendo que a Val não era quem a gente pensava, que ela filmava familiares, amigos, os filhos e clientes para vender na internet”, comentou a vítima.

“Quando isso aconteceu na mesma hora eu só pensei assim: ‘Eu vou ficar bem caladinha aqui, não quero saber de vídeo, não quero saber de nada. Vou ficar bem caladinha que isso vai se acabar e vai ter passado. Eu não quero nem ver nada e pronto’”, lembrou Beth.

Inicialmente hesitante em denunciar, Beth mudou de ideia ao descobrir que os vídeos não se limitavam às clientes, incluindo também familiares e os próprios filhos de Val, que são crianças.

“Tem vídeo dos filhos dela, ela gravava os próprios filhos. Hoje [quarta-feira, 12] pela manhã a pessoa que está expondo ela me mandou os vídeos dos filhos", denunciou.

“Ela pede para a criança ficar pelada, a criança pede: 'mamãe não grava', e ela grava e mostra. Aí eu falei: 'custe o que custar, eu não vou deixar isso passar, porque não é mais sobre mim, não é mais sobre uma pessoa, é sobre um monstro'", disse Beth.

A influencer contou também que foi incluída por Val em um grupo no WhatsApp junto a outras vítimas. "O nome do grupo é 'Vou provar que sou inocente'. Ela criou uma fantasia tão grande, que foi o que me trouxe mais nojo. Ela mesma foi na delegacia fazer um BO (Boletim de Ocorrência) com uma história totalmente fantasiosa", conta.

“Em um grande resumo, ela disse que tinha um cara na internet, com o codinome de Pedro Lucas, que é namorado virtual dela. E esse cara, um dia mandou sequestrar ela e instalou um aplicativo no celular dela, e esse cara tinha acesso 24 horas à câmera dela. E esse cara, lá de São Paulo, fez nossos vídeos para prejudicar a vida dela. Isso é o que ela diz”, finalizou a influenciadora.

De acordo com informações do Portal G1, uma vítima que prefere não se identificar relatou que ela frequentava a clínica há cerca de dois meses para fazer serviços de drenagem após ter passado por uma cirurgia no abdômen.

“Ela sempre filmava a gente sem a gente perceber. Ela ficava em um canto sentada, numa mesinha que ela tinha, enquanto a gente botava a cinta ou alguma coisa do tipo, porque como era um procedimento muito invasivo, que também pegava as partes íntimas, querendo ou não a gente tinha que ficar sem roupa, mas em nenhum momento a gente esperava que tava sendo filmada”, desabafa.

“Eu não sabia que estava sendo filmada e ela alega que o celular dela foi invadido, que colocaram um aplicativo que ele filmava 24 horas, sendo que isso é mentira, entendeu? Porque tem algumas filmagens que aparece eu nem olhando para câmera, eu totalmente olhando para o outro lado, então assim ela filmava essas clientes indevidamente, sem a nossa autorização”, completa.

Vítimas se preocupam para onde imagens foram enviadas

Além de denunciar a gravação sem consentimento, as mulheres filmadas também denunciam a exposição que estão sofrendo nas redes sociais e temem que os vídeos gravados estejam circulando em outras plataformas.

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No dia em que começou a publicação dos vídeos, o suposto hacker afirmou que a dona da clínica estava vendendo os vídeos que gravava das clientes. No entanto, quem respondeu às publicações para receber mais provas, conforme pedia o suposto hacker, não recebeu respostas sobre para onde os vídeos eram enviados ou mesmo se eram enviados para algum espaço.

“A gente não sabe de site, a gente não sabe para quem foi que ela vendeu. Dizem que para pessoas de fora, dizem que é para homens que têm dinheiro. Eu não sei", afirmou a vítima.

“A pessoa [que está postando] disse que tem vários vídeos, vários vídeos que ela fez, não foi só um nem dois, são vários. Ou seja, eu fui para lá mais de 30 vezes, então deve ter muitos vídeos meu ainda para rolar”, lamenta.

As autoridades, representadas pela Secretaria de Segurança Pública do Ceará, estão investigando o incidente como um "crime contra a dignidade sexual, praticado em ambiente virtual". Boletins de ocorrência foram formalizados na delegacia do 6° Distrito Policial e encaminhados para a Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza.

Val Silveira, dona da clínica, também registrou um boletim de ocorrência na terça-feira (12), alegando ter tido seu perfil nas redes sociais invadido. Em depoimento à polícia, a empresária disse que foi alvo de uma quadrilha que instalou aplicativos que permitiam controlar o celular dela. Segundo Val, os criminosos fizeram as filmagens das clientes nuas sem que ela soubesse. Em um vídeo que circula nas redes, ela afirma ser vítima de extorsão, prometendo esclarecer os detalhes à polícia: "Não fiz isso com ninguém, tá? Eu tenho minha versão da história. Tem muita coisa que já falei para a polícia que vocês não sabem, e que se eu falar também não vai resolver nada."

Em conversa com o Portal g1 na tarde da terça-feira (12), contudo, a dona da clínica contou que ela mesmo havia feito as gravações, mas que estava sendo obrigada a gravar as clientes pelo grupo, e que não sabia qual o uso que eles fariam das imagens.
Ela também disse que o grupo vinha controlando as suas redes sociais há algum tempo, e que os vídeos começaram a ser publicados após descumprir as ordens deles.

Classificação Indicativa: Livre

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