A reabilitação do Bahia contra o São Paulo mostrou que os jogadores, agora comandados por um técnico tranquilo e sem os arroubos de pai ou dono do grupo, são profissionais conscientes, aglutinados à essência de jogar futebol.
Em tempos outros, os jogadores teriam sido envolvidos pela crise administrativa, com Joel Santana ou Jorginho bradando que seria impossível encontrar os caminhos lógicos de uma tranquilidade para o time – e a derrota para o Corinthians seria apenas o nascedouro de uma forte depressão técnica.
Cristóvão Borges, contudo, apesar de ainda não ser rotulado como treinador de larga experiência, conseguiu tirar de letra todos os percalços de uma intervenção, viajando com os seus rapazes para São Paulo, e segundo se sabe, procurando ignorar as turbulências dos dirigentes, administrando muito bem o foco das atenções para o jogo do Morumbi.
O triunfo do Bahia, por 2x1, de virada, foi inquestionável. Se o São Paulo entrou em campo com vários problemas, o Bahia também teve os seus e soube administrá-los. Foi mais consciente, teve maior domínio, criou mais oportunidades claras, fez dois gols de jogo trabalhado, o de Talisca então, que abriu o placar, reflexo do trabalho de um treinador que não se limita, quando joga fora de casa, a resistência na defesa e raros contragolpes. Ganhou porque foi melhor, mais aplicado e muito mais consciente.
Na minha última conversa, disse que não era tempo de achar que a derrota de nossos dois representantes da primeira divisão era o fim de tudo. Agora, torço para que o Bahia, hoje terceiro colocado, com 11 pontos, volte a ganhar da Ponte Preta neste sábado, e o Vitória, que é agora está na quarta posição, com 10 pontos, passe domingo pelo São Paulo - porque assim, no domingo seguinte, não teremos apenas um novo BaVi na Arena Fonte Nova, mas um clássico que, na oitava rodada do Brasileiro 2013, vai decidir a liderança do campeonato. Com casa cheia, muita vibração e nível técnico de ótima qualidade.
Edson Almeida* é radialista esportivo na Itapoan FM
