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Mesmo com o torcedor cada vez mais distante do estádio, Nordestão evolui financeiramente; entenda

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O dado final de 4.266 foi o pior nesta volta oficial da Lampions, em 2013  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 09/07/2018, às 14h46   Redação Galáticos Online


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A decisão da Copa do Nordeste de 2018 entre Bahia e Sampaio Corrêa ocorreu com um recorde de público entre clubes na Fonte Nova e bilheteria milionária. Até ali, a média de público pagante era de 3.662 pessoas, não muito diferente campeonatos estaduais. Mesmo turbinado, o dado final de 4.266 foi o pior nesta volta oficial da Lampions, em 2013. Vai de encontro ao objetivo inicial de superar a casa de 10 mil espectadores por jogo.

O calendário apertado entre os Estaduais, o Brasileiro e, por último, o Mundial da Rússia foi um grande desafio, assim como a mudança na tevê aberta, da Rede Globo, que desistiu de adquirir o sublicenciamento junto ao Esporte Interativo, detentor dos direitos em todas as plataformas até 2022, para o SBT, em suas nove afiliadas nordestinas. Assim, a audiência caiu para menos da metade (de 24 para 10 pontos no Ibope).

Segundo o jornalista Cássio Zirpoli, o gasto com marketing nesta temporada foi o maior já visto, em torno de R$ 30 milhões. O torneio teve como principal patrocinadora a cervejaria Schin, tendo ainda Caixa e Pitú. No total, a movimentação financeira do Nordestão em 2018 foi a maior nessas seis edições consecutivas, passando de R$ 34 milhões, com R$ 2,6 mi a mais que o recorde anterior, de 2017.

Ainda de acordo com Zirpoli, por parte da torcida, ou seja, em termos de renda nos jogos e de audiência na televisão, o engajamento foi menor – tomando como exemplo os dois jogos finais de 2017, entre Bahia e Sport, foram 4,4 milhões de telespectadores somando Recife e Salvador, os dois principais mercados.

Analisando a soma de todas as receitas da Copa do Nordeste (direitos de transmissão, renda e marketing), o quadro fica, sem surpresa, bem à frente dos nove campeonatos estaduais da região. Mas ainda não é o traçado pela Liga do Nordeste.

Em 2013, o presidente da Liga, Alexi Portela, estimou o auge do torneio justamente em 2018. Na sexta edição após a volta junto à CBF, ele imaginava um faturamento de R$ 50 milhões. Embora a edição tenha registrado o maior dado, só alcançou 69% da meta – com a televisão (cota/marketing) representando 86% deste montante. Na ocasião, o dirigente também projetou uma média de 20 mil espectadores – em 2018 chegou a 23% disso, considerando a média do público total.

A Liga do Nordeste discutiu um novo regulamento, que deverá ser colocado em prática em 2019, com dois grupos de oito clubes na fase principal, estimulando a disputa de mais partidas envolvendo clubes de massa. A exibição da competição tende ser rediscutida.

Confira os dados de público pagante da Copa do Nordeste nesta retomada:

2013 (62 jogos, sendo 1 de portões fechados)
Público pagante: 517.709
Média: 8.487

2014 (62 jogos, sendo 1 de portões fechados)
Público pagante: 463.749
Média: 7.602

2015 (74 jogos, sendo 1 de portões fechados)
Público pagante: 570.777
Média: 7.818

2016 (74 jogos)
Público pagante: 434.604
Média: 5.873

2017 (74 jogos)
Público pagante: 442.454
Média: 5.979

2018 (70 jogos, sendo 1 de portões fechados)
Público pagante: 294.414
Média: 4.266

Veja as médias de público do Nordestão 2018 (entre parênteses, o nº de mandos)

1º) 15.496 pessoas (6) – Bahia
2º) 8.095 pessoas (5) – Ceará
3º) 5.649 pessoas (4) – CRB
4º) 5.229 pessoas (4) – CSA
5º) 5.130 pessoas (6) – Sampaio Corrêa
6º) 4.830 pessoas (4) – Vitória
7º) 4.425 pessoas (4) – Botafogo
8º) 4.216 pessoas (3) – Santa Cruz*
9º) 3.869 pessoas (4) – Treze
10º) 3.552 pessoas (4) – Náutico
11º) 2.154 pessoas (3) – Confiança
12º) 1.997 pessoas (5) – ABC
13º) 1.114 pessoas (1) – Parnahyba
14º) 1.094 pessoas (1) – Itabaiana
15º) 975 pessoas (3) – Salgueiro
16º) 809 pessoas (3) – Altos
17º) 785 pessoas (1) – Fluminense de Feira
18º) 773 pessoas (3) – Ferroviário
19º) 506 pessoas (4) – Globo
20º) 206 pessoas (1) – Cordino

* As informações são do jornalista Cássio Zirpoli

Classificação Indicativa: Livre

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