Esporte

Copa 2014: obras engatinham e ninguém sabe quanto vai custar

Publicado em 16/10/2011, às 11h52   Redação Bocão News


FacebookTwitterWhatsApp


A Copa do Mundo no Brasil vai tomar forma na quinta-feira (20), quando a Fifa divulgará o calendário com datas, locais e horários dos jogos. No dia 30, completam-se quatro anos que o País foi anunciado como sede da competição. Desde então, algumas coisas foram feitas, mas há muito por fazer. Os estádios ficarão prontos a tempo. O mesmo não se pode garantir em relação aos aeroportos e às 49 obras de mobilidade urbana ligadas à Copa. "Certeza'' absoluta, só uma: ninguém sabe quanto ficará a conta da empreitada.

De acordo com o Estadão, no último balanço divulgado pelo governo federal, em setembro, o custo da Copa, considerando-se o dinheiro a ser investido em estádios, portos e aeroportos e em mobilidade urbana, foi estimado em R$ 27,1 bilhões. Aumento de cerca de 14% em relação aos R$ 23,1 bilhões do balanço de janeiro e de 26% sobre os R$ 21,5 bilhões de previsão feita em 13 de janeiro de 2010, quando o ex-presidente Lula assinou a Matriz de Responsabilidade.

Esses R$ 27,1 bilhões estão a anos-luz de uma estimativa feita pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que calculou em R$ 112 bilhões o custo com a Copa. O estudo da associação, que tem parceria técnica com a CBF e o Ministério do Esporte, inclui também gastos com hotelaria, segurança, tecnologia e saúde, entre outros. Mesmo assim, a diferença é grande, pois o balanço do governo acrescenta apenas R$ 10,3 bilhões para esses itens.

Os números são mesmo conflitantes. Na sexta-feira (14), o governo divulgou atualização na Matriz de Responsabilidade e a conta baixou para R$ 26,1 milhões. "A Matriz é um documento que precisa ser atualizado com os ajustes que são feitos enquanto a obra está em andamento. Isso é essencial para a transparência do processo", esclareceu Alcino Reis, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte.

Ainda segundo o Estadão, no mesmo dia, a Controladoria Geral da União (CGU)inaugurou ferramenta no portaldatransparência.gov.br que permite acompanhar os custos estimados por área de investimento. Valor da soma dos gastos com estádios, aeroportos e portos e mobilidade urbana: R$ 24,024 bilhões.

O fato é que em todas as áreas ligadas à Copa existem pontos nebulosos quando se trata de orçamentos. Estádios, por exemplo. O Maracanã, virtual palco de encerramento do Mundial, já viu o orçamento flutuar entre R$ 705 milhões e R$ 1,1 bilhão. Atualmente, a conta está em R$ 859,9 milhões, depois que o TCU (Tribunal de Contas da União) estrilou com o orçamento que lhe foi apresentado. Mas esse valor parece longe de ser definitivo.

A arena do Corinthians também pode sair por bem mais que os R$ 820 milhões anunciados. Já é certo que haverá o custo extra da estrutura provisória necessária para aumentar a capacidade do estádio de 48 para 65 mil - fala-se em até R$ 70 milhões, dinheiro que vai ser retirado dos cofres do governo estadual.

Pouco mais de um ano atrás, o diretor de marketing do Corinthians, Luiz Paulo Rosenberg, dizia que o Itaquerão, para 65 mil pessoas, ficaria em R$ 600 milhões. A Fifa começou a fazer exigências e o custo cresceu. Não será surpresa se, no frigir do ovos, passar de R$ 1 bilhão. Justiça seja feita, Rosenberg também falou em setembro do ano passado que erguiria uma arena para 48 mil pessoas por R$ 335 milhões. Mas aí, nada de Mundial.

Menos mal que, de maneira geral, as obras nas arenas estão ganhando ritmo. Há dores de cabeça, como a das Dunas, em Natal, ainda em estágio inicial, e do Beira-Rio, em Porto Alegre, com obras paralisadas desde que o Inter resolveu achar um parceiro para ajudar a bancar os custos de R$ 290 milhões. O acordo com uma construtora foi feito, mas o contrato ainda não está assinado.





Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp