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Bellintani explica demissão de Mano e afastamento de Ramírez; colombiano nega insulto racista

Felipe Oliveira / EC Bahia
O presidente contou na entrevista que procurou o meio-campista Gerson para prestar solidariedade  |   Bnews - Divulgação Felipe Oliveira / EC Bahia

Publicado em 21/12/2020, às 21h21   Galáticos Online


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Um dia após a acusação de injúria racial feita pelo meia Gerson, do Flamengo, ao colombiano Índio Ramírez, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, falou sobre as atitudes tomadas pelo clube. Após a partida, que terminou com vitória do Flamengo pelo placar de 4 a 3, o Bahia demitiu o técnico Mano Menezes e afastou Ramírez até o final das investigações sobre o caso. 

Em entrevista ao jornal O GLOBO, Bellintani explicou os motivos da demissão de Mano e do afastamento do atleta. "O Mano me procurou. Eu não sabia ainda dos fatos. A demissão dele não teve relação direta com os fatos. Quando conversei com ele, não tinha ideia do que tinha acontecido. A decisão da demissão não foi em função disso porque eu nem tinha conhecimento. Eu encontrei com ele fora do vestiário. Ele fez o questionamento sobre continuidade do trabalho, mudança. A gente debateu de uma forma muito franca. Em comum acordo, concluímos que seria melhor interromper o trabalho", disse o presidente.

Bellintani destacou que o afastamento de Ramírez é uma forma de mostrar que a palavra de Gerson é importante, mas também tem o objetivo de resguardar o colombiano. "O afastamento já é um sinal de que a fala da vítima foi muito relevante. É um sinal claro que consideramos, nos crimes de racismo e injúria racial, a fala da vítima suficientemente grande, importante, relevante para anunciar um afastamento. Mas isso também visa um pouco à proteção do atleta. É para que ele se resguarde no momento e consiga ter uma apuração que não envolva outras questões do clube. A gente acha que com ele afastado a gente vai conseguir um processo mais isento", continuou o mandatário do Bahia. 

O presidente contou na entrevista que procurou o meio-campista Gerson para prestar solidariedade. "Meu primeiro objetivo foi manifestar solidariedade, dizer que qualquer ato racista não representa de forma alguma o pensamento do clube. Acho que já conseguimos mostrar o quanto o Bahia é preocupado com a causa antirracista. Mas isso não nos dava o direito também, pelo que fizemos nos últimos anos, de ser menos rigoroso quando um fato concreto acontece. Pelo contrário. A nossa responsabilidade é maior. Mas também procurei do Gerson informações sobre o fato porque tenho do outro lado um atleta dizendo que não falou o que ele entendeu. Então, tenho que formar minha compreensão do fato da melhor forma possível.

Em conversa com Ramírez, Bellintani afirmou que o jogador segue negando "veementemente" ter feito qualquer insulto racista.

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