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Após sofrer agressão, ex de Wesley Pionteck pede indenização de R$ 500 mil; entenda

Ari Ferreira/RB Bragantino
Mulher alega que perdeu guarda da filha, após criança presenciar agressões cometidas pelo jogador  |   Bnews - Divulgação Ari Ferreira/RB Bragantino

Publicado em 15/03/2021, às 11h59   Yasmin Garrido


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A ex-namorada do jogador Wesley Pionteck pede na Justiça indenização no valor de R$ 500 mil a títulos de danos morais, sob a alegação de que, após ser agredida pelo atleta, que é o mais novo contratado do Esporte Clube Vitória, sofreu prejuízos irreparáveis, entre eles, a perda da guarda da filha menor.

Na inicial, que o BNews teve acesso na íntegra nesta segunda-feira (15), a mulher, que terá o nome preservado pela matéria, afirmou que as agressões cometidas por Wesley, que o levaram à condenação por lesão corporal e ameaça, aconteceram enquanto a criança estava em casa, à época com 6 anos. 

“Não fossem os policiais intervirem, a autora provavelmente sequer teria sobrevivido, haja vista que estava sendo esfaqueada pelo réu, e o que é pior! Sua filha, de apenas 06 anos, estava presente no local! Ouvindo da sala, provavelmente em choque, sua mãe gritar e implorar pela própria vida!”, diz trecho da inicial.

Após a instauração da ação penal, de acordo com a ex-namorada do jogador, o pai da menina entrou com uma Ação de Modificação de Guarda, pedindo que fosse estabelecido pela Justiça o regime unilateral.

“A autora, por sua vez, teve sua filha arrancada do lar pelo ex marido, que propôs inclusive Ação de Modificação de Guarda para obter a guarda unilateral de sua filha, tendo como motivação a agressão causada pelo réu (como se a culpada pela violência sofrida fosse a própria vítima)”, pontuou a defesa.

Ainda segundo a ex-namorada de Wesley, atualmente ela “possui pouquíssimo contato com a filha, devido aos impedimentos causados pelo genitor (que inclusive foram objetos de dois boletins de ocorrência), motivado pela agressão causada pelo réu”.

Além da perda da guarda da criança, para justificar o valor pedido a título de danos morais, a autora da ação afirmou que as lesões sofridas por ela após a agressão de Wesley Pionteck a deixaram incapacitada para trabalhar por 30 dias, tendo causado também abalo psicológico de difícil reparação.

A mulher argumentou que o dano moral existe para prevenir novas condutas ilícitas do acusado, devendo ser levado em consideração para cálculo do valor, neste caso, se tratar de pessoa  pública, jogador de times do Campeonato Brasileiro e com passe avaliado em € 400 mil, cerca de R$ 2,8 milhões.

Defesa de Wesley Pionteck
Em contestação apresentada aos autos da Ação de Indenização, que o BNews teve acesso na íntegra, a defesa do jogador Wesley Pionteck pugnou pela improcedência total dos pedidos feitos pela autora.

Entre os argumentos apresentados, o advogado afirmou que a perda da guarda pela ex-namorada do jogador aconteceu por outros motivos, quais sejam o envolvimento dela com o tráfico de drogas.

“Ainda com relação à ação de guarda, em sede de recurso de apelação, foi juntado documento novo, imputando à requerente a prática de tráfico de drogas, olhos postos no boletim de ocorrência que instrui a presente, sendo este o fator preponderante para a reforma da sentença, perdendo a requerente inclusive o direito à guarda compartilhada”, escreveu a defesa.

Na mesma linha de argumentação, o advogado relatou que a ex-namorada e vítima das agressões de Wesley que, na verdade, a mulher “guardava cocaína para uma pessoa de nome Wagner”, e teria confessado o fato em juízo.

Ainda na linha argumentativa para se defender das imputações, a defesa do jogador afirmou que, apesar de o laudo das agressões sofridos pela mulher ter determinado afastamento do trabalho por 30 dias, na verdade ela teria permanecido em repouso e incapacitada por apenas dois dias, uma vez que teria ido sozinha ao Cartório Criminal pedir a retirada das medidas protetivas que recaíam sobre o atleta.

“Assim, as informações contidas neste tópico, asseguram que a extensão dos danos físicos orbitam na classificação leve”, diz trecho da contestação apresentada. 

Quanto ao valor pedido, o montante de R$ 500 mil, Wesley Pionteck destacou que o processo criminal envolvendo o episódio da agressão teria apenas prejudicado a imagem dele, uma vez que perdeu contratos com clubes maiores, precisando atuar em times de “baixo escalão do futebol brasileiro, não auferindo renda estratosférica”.

Por fim, o atleta pediu que fosse decretado segredo de Justiça ao pedido de indenização por danos morais, o que ainda não foi apreciado pelo juízo da Vara Cível da Comarca de Nuporanga, em São Paulo. Após a juntada da contestação, foi dado prazo de 15 dias para a autora da ação, recebida a citação, manifestar interesse em prosseguir com o processo. Ela ainda não foi citada formalmente.

Esporte Clube Vitória
O advogado do jogador Wesley Pionteck Souza, a mais recente contratação do Esporte Clube Vitória, solicitou à Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), onde ele foi condenado a um ano e quatro meses por agressão a uma ex-namorada, a mesma que pede indenização de R$ 500 mil, autorização para que o atleta possa viajar com a delegação do rubro-negro baiano, além de residir na comarca de Salvador, mais especificamente no alojamento do Estádio Manuel Barradas, o Barradão.

Em petição juntada ao processo de execução da pena aplicada ao jogador, que o BNews teve acesso na íntegra, a defesa ainda pediu que seja “juntada aos autos a Tabela dos Jogos do Campeonato Baiano e Nordeste de 2021, notadamente para consignar e cientificar o juízo as datas em que não estará na cidade de Salvador, e os horários do Período noturno em que deveria cumprir a pena em sua residência, e por conta dos jogos a ausência faz se necessária”.

Classificação Indicativa: Livre

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