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"Estava na linha na hora em que tentavam reanimá-lo. Não deu!”, disse amigo do surfista baiano que morreu em Portugal

Joilson César/BNews
Danilo Couto, surfista e um dos melhores amigos de Márcio, contou ao BNews ter acompanhado, por telefone, o momento em que ele era reanimado  |   Bnews - Divulgação Joilson César/BNews

Publicado em 08/01/2023, às 12h03   Camila Vieira


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Uma legião de surfistas lotou a praia da Barra, na altura do Barravento, na manhã deste domingo (8), para homenagear o companheiro de surf, Marcio Freire, que morreu após sofrer um acidente enquanto pegava onda em Nazaré, praia de Portugal, na última quinta-feira (5). Como parte do “adeus”, eles exibiram faixas e se reuniram para proferir algumas palavras de despedida. Visivelmente emocionados, os amigos e familiares invadiram a água e sentados sob as pranchas formaram um grande círculo no meio do mar. Entre eles estava Danilo Couto, surfista e um dos melhores amigos de Márcio, que contou ao BNews ter acompanhado, por telefone, o momento em que o amigo era reanimado.  

“Estava na linha na hora em que tentavam reanimá-lo. Não deu! Recebi a notícia do pessoal que estava lá, em Nazaré, no momento em que tentava reanimar ele. Foi difícil demais receber essa notícia, são muitas emoções. Tive que localizar a família, não tem sido fácil. Mas acredito que as coisas acontecem por um motivo e que a vida dele deve ser celebrada. Ele se foi fazendo o que mais amava e isso nos conforta”, disse Danilo, lembrando emocionado das ondas que pegaram juntos do Barravento, em Itacaré e ainda no Havaí, onde moraram por um tempo.  

O sentimento de tristeza tomava conta do grupo, ainda desacreditado da morte do surfista. O primo e também companheiro de ondas, Maurício Rego, 48 anos, mal conseguiu conversar com a imprensa. Muito abatido, ele comentou sobre a iniciativa da família de cremar o corpo e distribuir as cinzas por três praias que eram consideradas as prediletas de Márcio. “A irmã junto com os pais resolveram atender o pedido dele em vida. Vamos distribuir as cinzas nos três pontos que ele tinha como a “casa” dele: Nazaré, aqui no Barravento e no Havaí. Ele era um cara incrível, do mar, fez a passagem fazendo o que mais gosta. Nos resta a lembrança dele, da sua enorme alegria de viver”, disse em lágrimas.  

Joilson César
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Familiares do surfista decidiram que o corpo do atleta será cremado em solo português. A decisão aconteceu no último sábado (7). Sem data definida, a cremação deve ocorrer nos próximos dias. Após o processo, parte das cinzas serão despejadas em Portugal e Havaí. Parte delas serão trazidas à Bahia, onde Márcio nasceu, para serem jogadas na praia da Barra, em Salvador, próximo ao Cristo.  

História - O surfista, especialista em ondas grandes, morreu enquanto surfava nas ondas da praia do Norte, em Nazaré, no litoral português. Ele tinha 47 anos. Na ilha de Maui, no Havaí, Márcio desbravou uma onda chamada Jaws, uma das mais difíceis de serem surfadas. Na época, início dos anos 2000, ninguém costumava surfar essa onda sem equipamentos de segurança, como jet ski e coletes salva-vidas. Mesmo assim, Márcio e os amigos resolveram fazer o impensável e desbravaram Jaws apenas na remada. No dia da morte de Márcio, diversos artistas e políticos usaram as redes sociais para render homenagens. 

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