Mulher que acusa jogador do Corinthians de estupro dá detalhes do caso: "como se tivesse sido atropelada"

A denúncia de estupro contra o jogador do Corinthians, Robson Bambu, ganhou um novo capítulo na manhã desta terça-feira (3). Isso porque a vítima decidiu falar em detalhes do que se lembrava da noite do ocorrido, em fevereiro, quando ela prestou queixa contra o atleta na polícia.

Em entrevista ao site Uol, a vendedora de 25 anos relatou como se deu conta de que estava sendo abusada pelo zagueiro do Timão. Segundo ela, o amigo do atleta, Wellington Sobral, apelidado de Pezinho, a convidou para uma festa, que foi onde ela conheceu o jogador, que teria ficado com uma amiga dela, versão confirmada pela defesa dos acusados.

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Após a festa, a vendedora conta que eles foram para um hotel e cada casal ficou em um quarto. Porém, depois de adormecer após tomar "dois ou três copos de vodka" durante a noite, ela conta que não se lembra do que aconteceu quando deitou na cama com Pezinho.

"A única coisa de que me lembro foi ter me deitado com o Pezinho. A gente estava junto. Depois disso, não me lembro de mais nada. De repente, acordei e vi o Robson em cima de mim, completamente nu, com a mão dentro de mim", afirma. "Eu também estava nua. Olhei para o lado e vi o Pezinho, assistindo a tudo", diz.

Depois disso, a vítima afirma ter deixado o quarto correndo e foi ao encontro da outra amiga, em outro andar do hotel. "O Robson veio atrás de mim e me levou até o quarto em que minha amiga estava. Ela abriu a porta para a gente sem entender o que estava acontecendo. Eu expliquei, e o Robson começou a discutir comigo, dizendo que eu tinha entendido errado, que ele e o Pezinho estavam só conversando. Disse que tem uma filha e não teria motivo para fazer aquilo", conta.

No depoimento, que a reportagem do Uol teve acesso, a vendedora disse ter perdido um ensaio fotográfico, que é uma das suas rendas, ao acordar atrasada naquele dia. Inclusive, a defesa dos acusados alega que esse seria o motivo da acusação, já que a jovem teria ficado com raiva e quis se vingar dos dois.

A vítima conta que depois de deixar o hotel foi para casa e se deu conta que tinha sido estuprada, quando decidiu denunciar. "A delegacia é fria, né? Um ambiente frio. Mas eu estava tão anestesiada que não sentia nada. Não senti fome, não senti sede, mesmo ficando o dia inteiro na delegacia e no hospital. Só senti dor no dia seguinte, depois de conseguir dormir. Era como se eu tivesse sido atropelada".

De acordo com a publicação, a jovem foi encaminhada em seguida para um hospital para exames de corpo de delito, que apontaram uma lesão no ânus. Ela alega não se lembrar de ter feito sexo anal. "Enquanto tomava banho, caiu a ficha de que eu havia sido estuprada. Em todo momento que passei na delegacia, duvidei de mim mesma. Mas não tive medo de denunciar".

Um exame toxicológico não identificou a presença de álcool, que segundo o advogado Luís Carlos Pileggi Costa, que defende a vítima, a substância é é eliminada rapidamente quando ingerida em poucas quantidades. Por outro lado, o exame apontou a presença de canabidiol, substância presente na maconha. Ao site, a jovem revela ter fumado um vaporizador naquela noite, mas não sabia se tinha maconha.

As investigações já foram concluídas pela Polícia Civil de São Paulo. Apesar disso, o Ministério Público ainda não decidiu se apresenta denúncia contra o jogador ou se arquiva o inquérito. As defesas de Robson e de Pezinho negam todas as acusações.