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Robinho vê futuro complicado no futebol e aposentadoria mais próxima

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Robinho e outros cinco homens praticaram violência sexual contra uma mulher albanesa, que estava embriagada  |   Bnews - Divulgação reprodução/Instagram

Publicado em 20/01/2022, às 17h55   Alex Sabino/folhapress


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Robinho tinha consciência da complexidade da situação, mas acompanhou com esperança os desdobramentos de seu julgamento na última quarta-feira (19). Um amigo e um parente do atacante disseram à reportagem que ele fora avisado da dificuldade de reversão da sentença, porém ouvira que não seria impossível evitar a pena.

Não evitou. A última instância da Justiça italiana confirmou a condenação a nove anos de prisão por estupro, em caso ocorrido em 2013, em Milão. O atleta está no Brasil, que não extradita brasileiros natos, e é pouco provável que a pena seja transferida entre países, o que não altera uma realidade: dar sequência à carreira no futebol ficou difícil.

O jogador, a pessoas próximas, procurava demonstrar otimismo antes da audiência final no Supremo Tribunal de Cassação, em Roma. Mas ele sabia que sua posição não era simples e não chegou a receber com surpresa o resultado apresentado pelos juízes da Itália.

O atacante considera agora seu futuro no futebol. Aos 37 anos, carregava a expectativa de que poderia voltar a jogar no Santos em caso de absolvição. Ele não se interessou pelas sondagens que recebeu de equipes brasileiras, uma delas da Série B do Campeonato Brasileiro. Sua avaliação era a de que não poderia fazer nada antes da decisão final.

Questionado, disse não saber se seria possível retomar a carreira no exterior, em um país sem acordo de extradição com a Itália e sem correr o risco de ser preso. Aos interlocutores, não pareceu com muita vontade de sair do Brasil mais uma vez. Ele já atuou na Espanha, na Inglaterra, na Itália, na China e na Turquia.

O caso do estupro se deu quando ele defendia o Milan. Segundo a investigação do Ministério Público, Robinho e outros cinco homens praticaram violência sexual contra uma mulher albanesa, que estava embriagada, no camarim de uma casa noturna de Milão. Amigo do atleta, Ricardo Falco também foi condenado. Os outros quatro ainda são réus.

Robinho tem uma versão dos eventos naquela noite em que ocorreu o crime na qual afirma que outras pessoas que estavam na boate fizeram sexo com a mulher, mas ele, não.

Ao assinar contrato com o Santos em outubro de 2020, ele e seus advogados disseram ao clube que as decisões anteriores da Justiça italiana não levaram em conta provas que seriam consideradas no recurso e mudariam o rumo do julgamento. Essa foi uma das justificativas dadas a conselheiros pelo presidente da época, Orlando Rollo, para justificar o acerto.

Com a repercussão negativa e a pressão de patrocinadores, a contratação não foi concretizada. O acordo foi rescindido em fevereiro do ano passado, e Robinho não jogou nenhuma vez. Seria sua quarta passagem pelo time que o revelou e onde explodiu com o título brasileiro de 2002.

De acordo com um familiar, ele passou boa parte de quarta-feira a receber e responder mensagens de apoio, principalmente de pessoas do mundo do futebol. Respondeu estar triste, mas tranquilo, e falou de fé. O atacante se declara evangélico.

Para as pessoas que convivem com Robinho, a questão física não seria problema. Ele tem treinado quase todos os dias, praticado futevôlei nas praias de Santos e em sua casa no Guarujá e jogado futebol em partidas de confraternização.

Nos próximos meses, o clube de Vila Belmiro deve encerrar uma dívida que tem com o atleta referente a 2014 e 2015. Para receber o débito de cerca de R$ 2,5 milhões, ele deu um desconto no valor total e aceitou parcelamentos de R$ 150 mil mensais.

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